O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou há pouco, em discurso na inauguração da hidrelétrica Cana Brava, em Minaçu, Goiás, que o Brasil não corre o risco de ter problemas com a oferta de energia elétrica. Segundo ele, o governo está preparado para enfrentar novas crises no setor por meio da adoção de mecanismos que evitarão novos racionamentos de energia. E recomendou evitar "suspense" e previsões catastróficas pelos meios de comunicação, em relação a novas crises.

De acordo com o presidente, é necessário que o próximo governo continue a trabalhar na mesma direção, para que o problema não se repita. A previsão de o Brasil enfrentar um novo apagão a partir de 2006, se não houver novos investimentos no setor, foi feita nesta semana pelo presidente do Operador Nacional do Sistema (ONS), Mário Santos.

FH fez também uma crítica ao Congresso Nacional pela demora na aprovação da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Ele disse que somente agora, após a decisão do governo em cortar R$ 5 bilhões no Orçamento Geral da União, é que a votação da emenda foi agilizada no Senado.

– Por que não aprovou antes e só depois da ameaça de cortes? – reclamou Fernando Henrique.

O presidente Fernando Henrique assinalou que os possíveis cortes no orçamento poderão ser mantidos, apesar dessa medida não agradá-lo, se houver mais atrasos na votação. O presidente disse também que chega até mesmo a tampar os ouvidos para não ouvir críticas pessimistas. Fernando Henrique disse que o Brasil "tem rumo" com a superação da crise energética ocorrida no ano passado.

Segundo o presidente, "a crise frustrou só os que gostam de criticar". Ao fazer uma previsão otimista sobre as perspectivas de expansão do setor elétrico nacional, o presidente afirmou que até o ano que vem o país terá um aumento na oferta de energia de 7,8 mil Megawatts (MW), podendo ter um acréscimo de mais de 16 mil MW no período, por conta da implantação de usinas termelétricas e eólicas. A capacidade energética instalada atualmente no Brasil é de mais de 70 mil MW. As informações são da Agência Brasil.