O presidente do PMDB, deputado Michel Temer (SP), admitiu ontem, dia 19, que as resistências ao nome da deputada Rita Camata (ES) para vice na chapa do tucano José Serra (SP) diminuem no partido. Temer recebeu ontem Serra em sua casa, em São Paulo.

– Rita já votou contra a orientação do partido, mas tudo isso são coisas muito velhas. Hoje, seu nome já tem maior aceitação.

Ainda concorrem os senadores Rames Tebet (MS) e Pedro Simon e o ex-prefeito de Joinville, Luiz Henrique. Rita é a preferida de Serra, e Temer adianta que o partido respeitará a opinião do candidato.

– A decisão é do partido, mas é claro que vamos levar em conta a opinião de Serra. Afinal, o vice é dele. Assim como ele não vai impor um nome goela abaixo, também não vamos fazer isso – disse o presidente do PMDB.

Temer também conversou com o presidente do PSDB, deputado José Aníbal, e com os quatro pretendentes. Hoje e amanhã, ele se reúne com a cúpula do partido, em Brasília, para decidir a respeito do assunto. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) reagiu ontem com indignação à reportagem da revista Época sobre seu envolvimento em uma suposta rede de propina no Ministério da Integração Nacional e disse que as denúncias “podem ser uma grande armação” com objetivo eleitoral.

– Acabaram com os nordestinos – disse o senador, referindo-se ao deputado Henrique Alves (PMDB-RN) e a ele próprio, ambos cogitados para vice na chapa presidencial do tucano José Serra e atingidos por matérias veiculadas no final de semana.

De acordo com a revista Época, Suassuna estaria por trás de uma “movimentação incomum” à frente do ministério, por ter liberado em uma única parcela, em março, R$ 3 milhões para obras no município goiano de Catalão, realizadas pelas empreiteiras Fuad Rassi, de Goiânia, e Sercel, de Belo Horizonte. As duas empresas são suspeitas de efetuar pagamento de propinas.