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Ao discursar na abertura da reunião da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Latina e Caribe (Cepal), o presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nessa quinta-feira, dia 9, que não pleiteia um terceiro mandato.
– Apraz-me, como antigo cepalino, exercendo temporariamente funções presidenciais, e insisto no temporário, diante de alguns rumores de má-fé, ver que a Cepal continua com a vivacidade de sempre – afirmou.
FH foi membro da Cepal entre 1964 e 1967, quando se auto-exilou no Chile, após o movimento militar que derrubou o governo João Goulart e iniciou uma onda de perseguições políticas. Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, a idéia do terceiro mandato, defendida por parlamentares do PFL, nunca passou pela cabeça do presidente. O assunto foi discutido ontem durante reunião de vice-líderes do PFL na Câmara. A proposta foi feita à revelia de FH, que nunca autorizou ninguém a suscitar essa possibilidade, segundo o Planalto.
Uma eventual re-recandidatura de FH, na opinião de alguns pefelistas, seria a melhor alternativa contra o crescimento do petista Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas de intenção de voto. A cúpula do PFL não aceita participar da coligação governista para a eleição presidencial se for mantida a candidatura do senador José Serra (PSDB-SP).
– Numa crise ou num caos, não haverá como fugir da terceira candidatura – afirmou o deputado Pauderney Avelino (AM).
A proposta foi apresentada pelo deputado José Carlos Fonseca (ES) e rejeitada pela maioria dos presentes. Essa idéia se baseia numa interpretação segundo a qual a reeleição só contaria a partir do atual mandato, já que, quando foi aprovada, o presidente estava no exercício do primeiro mandato. Mesmo entre o PFL essa tese enfrenta rejeição, inclusive pelo fato de lembrar método utilizado pelo ex-presidente do Peru Alberto Fujimori.
Atualmente, as prioridades de FH são terminar bem o segundo mandato e eleger um aliado como sucessor. Ele já foi convidado para dar aulas nas universidades de Salamanca (Espanha) e Harvard (EUA), mas não pretende aceitar. Prefere dar palestras e criar um centro de estudos em São Paulo com a documentação sobre sua carreira política.
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