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O anúncio da Varig de um desconto padronizado de 50% em todas as tarifas, válido até 7 de junho, surpreendeu consumidores, que haviam voado recentemente pela companhia a preços inferiores aos divulgados. A empresa informou, pela assessoria de imprensa, que resolveu estender a todos vantagens antes oferecidas seletivamente. A nova política da Varig acaba com as diferenças devidas a promoções entre as classes de assentos nas aeronaves.
Mas os passageiros que costumam antecipar a compra do bilhete conseguem preços mais baixos em outras companhias. As tarifas cobradas pelas empresas aéreas são calculadas por um sistema de gerenciamento de receita (yeld management), que utiliza levantamentos históricos de horários, datas e ocupação dos vôos e oferece descontos em situações de baixa ocupação. Antes de anunciar a promoção de 50% de desconto, a Varig chegou a oferecer abatimentos de até 70%. O trecho Porto Alegre-São Paulo, ida e volta, por exemplo, poderia custar até R$ 275,40 na classe econômica. Hoje, não importa quando a passagem é comprada, nem o vôo – o preço é de R$ 513,40 nesta mesma classe, segundo a gerência comercial da companhia.
Como a promoção atinge todas as rotas e classes, o diretor de planejamento da Varig, Alberto Fajerman, afirmou esperar que a taxa de ocupação média nos vôos domésticos da empresa passe de 55% para 65% durante o período em que vigorar o desconto. Outro instrumento criado neste mês pela companhia para atrair clientes é garantir no mínimo mil milhas no cartão Smiles por trecho voado, mesmo a distância seja bem menor.
O gerente regional da TAM Linha Aéreas, Marco Antonio da Silva, explica que a maior parte das companhias utiliza o yeld management. O desconto máximo concedido hoje pela TAM é de 52%. A guerra tarifária entre as companhias se intensificou a partir de dezembro de 1997, com a publicação de portaria do Departamento de Aviação Civil (DAC) que liberou a concessão de diversas faixas de desconto nas tarifas. Com a entrada da Gol no mercado, no início de 2001, com tarifas mais baixas do que as da concorrência, os preços voltaram a cair.
O acirramento da disputa por passageiros na ponte-aérea Rio-São Paulo levou o Departamento de Aviação Civil (DAC) e a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae) a iniciarem, nos últimos dias, análise das planilhas das empresas que atuam nessas linhas, para checar a existência ou não de dumping. Caso se confirme a cobrança de preços abaixo do custo, o DAC aplicará multas.
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