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 | 22/04/2002 18h45min

Morte de jovem do programa de proteção a testemunhas causa crise no PT

Rolim diz que governo foi irresponsável e Bisol afirma que todos os procedimentos estavam corretos

O suicídio de Márcia de Lima Nunes, enquadrada no Programa Especial de Proteção a Testemunhas, provocou desentendimentos dentro do PT. O deputado Marcos Rolim acusa o governo Olívio Dutra de ter sonegado a informação da morte da jovem de 19 anos.

Márcia era testemunha-chave de um caso envolvendo um delegado de Lagoa Vermelha acusado de estar ligado ao tráfico de drogas e à prostituição infantil. Ela morreu no dia 1º de abril e nada foi comentado a respeito. Rolim achou estranho o silêncio da Secretaria Estadual da Justiça e da Segurança. O deputado considera que o Estado é responsável pela morte.

– Tão grave quanto esta morte, que é uma tragédia, é o fato de que até agora nenhuma informação foi produzida pelo governo do Estado, pelo secretário ou pelo Programa de Proteção a Testemunhas. Este silêncio é um escândalo. Qualquer governo que tenha sob a sua guarda uma pessoa e esta morre, a primeira coisa a ser feita é publicar isso. Até para que os erros sejam reconhecidos e que se descubra o que ocorreu, disse Rolim.

Rolim disse que soube da morte nesta segunda-feira, dia 22, e já formalizou a denúncia na Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa . Ele considera que é necessário haver uma rediscussão a respeito do Programa Especial de Proteção a Testemunhas. E acrescenta que o projeto não conta atualmente com atendimentos psicólogicos e nem com assistentes sociais.

Já o secretário estadual da Segurança, José Paulo Bisol, se defende dizendo que a testemunha Márcia de Lima Nunes precisava mais de assistência social do que de proteção policial. Para Bisol, o suicídio da testemunha era previsível.

– Foi uma fatalidade. Inclusive as condições de comportamento e postura da Márcia colocavam a possiblidade bem clara dessa situação.

Segundo Bisol, todas as providências para o caso foram tomadas, dentro das possiblidades. Ele acrescentou que o comportamento da vitima não era recomendável para o serviço de proteção, mas houve muita tolerância e ela permanceu. Bisol disse que Márcia tinha problemas psicológicos muito graves.

O secretário defendeu os policiais que trabalharam no caso, dizendo que ele agiram corretamente. Segundo Bisol, o inquérito foi feito normalmente e todos os procedimentos estão sendo discutidos. Para ele, o único problema é que a vítima veio a falacer por "uma ato de sua própria vontade". Bisol ainda defendeu que o Programa Especial de Proteção a Testemunhas deva se limitar a dar apenas proteção policial às testemunhas e não assistência social. As informações são da Rádio Gaúcha.

 
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