O apoio à candidatura de José Serra (PSDB-SP) à Presidência da República divide o PPB. A tese ganha força dentro do partido, mas enfrenta a resistência do grupo ligado ao ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf. O movimento pró-Serra é liderado pelo ministro da Agricultura, Pratini de Moraes.

A decisão da executiva do PPB é de não fazer acordo formal com nenhum candidato à Presidência. Essa medida foi tomada diante da decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de verticalizar as coligações no país. Com isso, o partido fica liberado nos Estados, onde o principal aliado é o PFL. Nacionalmente, a tendência é o PPB continuar integrando a aliança liderada pelo PSDB.

De acordo com Pratini, 80% do partido defendem Serra. Em Estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina, a preferência pelo tucano é quase unânime, avalia o ministro. Pratini não quis falar sobre deserções que possam ocorrer após o pleito. Deputados do PPB de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Pernambuco já admitem deixar a sigla para ingressar no PSDB se Serra ganhar. O ministro acredita que o PPB tenha chances de vencer as eleições majoritárias somente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, onde está mais estruturado.

O vice-líder do PPB na Câmara dos Deputados, Fetter Júnior, avaliou que se o PFL desistir da candidatura de Roseana Sarney à Presidência, o apoio a Serra será ainda maior. A manutenção da candidura Roseana estaria constrangendo alguns pepebistas em Santa Catarina, em razão da presença do senador Jorge Bornhausen, presidente do PFL e aliado do governador Esperidião Amin, e no Rio Grande do Sul, onde o PFL deverá apoiar o pepebista Celso Bernardi para o governo.