A seca prejudica até os meios de transporte na região Oeste. Há cerca de 10 dias foi interrompida a passagem de caminhões carregados através da balsa que liga o município de Chapecó a Paial, no Rio Irani. Desde esta terça-feira, dia 8, a balsa também está interditada para veículos leves. Segundo o proprietário do equipamento, Neuro Leiser, os trapiches foram danificados depois que o nível do rio baixou cerca de um metro. Com a redução da água o barranco onde a balsa encosta ficou com grande declive.

O trânsito para veículos foi liberado no final da tarde desta quarta-feira, dia 10, para veículos leves e caminhões sem carga. Leiser disse que o leito do rio tem apenas 60 centímetros de água e impossibilita a passagem de cargas pesadas, pois a balsa enrosca na pedras. Caminhões que transportam ração, suínos e areia têm que dar uma volta pelo interior de Seara, o que aumenta o trajeto de 20 a 30 quilômetros. Leiser disse que está tendo prejuízo de R$ 60 a R$ 70 por dia, em virtude da seca. Isso representa 40% do seu faturamento. Ele cobra R$ 5 por carro pequeno e R$ 10 para caminhões. O movimento é de 20 a 30 carros por dia. Leiser trabalha há 12 anos na balsa e nunca tinha visto o rio com tão pouca água.

Em alguns locais é possível atravessar a pé o leito, sobre as pedras que estão fora da água. A chuva registrada na região é insuficiente para recuperar os rios e fontes de água. O Corpo de Bombeiros de Chapecó continua transportando água para as propriedades do interior. O prefeito de Concórdia, Neodi Saretta, afirmou que a situação voltou a preocupar, em virtude do prolongamento da estiagem.  Os agricultores familiares devem realizar hoje vigília em cerca de 20 cidades do Estado para cobrar medidas que amenizem as conseqüências da estiagem. O Estado tem cem municípios em situação de emergência. Os prejuízos estimados com a falta de chuva chegam a R$ 157,6 milhões. A preocupação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul) é com o aumento do êxodo rural.