O governo de Israel afirmou nesta quinta-feira, dia 4 de abril, ter encontrado provas da ligação do líder palestino Yasset Arafat com terroristas. Os documentos teriam sido assinados por Arafat e autorizavam o pagamento a militantes responsáveis por ataques contra Israel. Em um dos documentos, o líder palestino destinaria US$ 600 mil para cada um dos terroristas envolvidos. Representantes da Autoridade Nacional Palestina (ANP) disseram que os papéis são forjados.

Em Belém, a pressão das tropas israelenses, que sitiam a Basílica da Natividade, se mantém pelo terceiro dia consecutivo. Três explosões e tiros de metralhadora foram ouvidos na quinta-feira perto da igreja. Mais de 200 palestinos – possivelmente membros das forças de segurança – estão refugiados no prédio, constrído sobre a gruta onde, segundo a tradição cristã, Jesus nasceu. Além dos palestinos, há cerca de 40 monges e freiras no local. Nesta quinta, o pároco da Igreja, o padre Ibrahim Faltas, contou que, pela manhã, houve combates dentro do convento dos franciscanos. Segundo Faltas, não houve vítimas. O pároco afirmou também que o exército israelense teria derrubado a porta Sul da basílica.

O governo de Israel negou a acusação. Em entrevista à rede CNN, o porta-voz israelense Raanan Gissin disse que a alegação é uma "mentira sem fundamento". Gissin classificou a acusação de parte de uma "campanha de desinformação" dos palestinos. Segundo Israel, os palestinos estariam utilizando politicamente a basílica, aproveitando-se do significado que ela tem para os cristãos.

Israel já anunciou a prisão de 1,1 mil palestinos na Cisjordânia, nos últimos dias. As autoridades militares israelenses disseram ainda que foram apreendidas cerca de 50 bombas antitanque, dezenas de quilos de explosivos, mais de mil fuzis e 173 pistolas.

Apesar das declarações de George W. Bush, pela retirada de Israel das cidades palestinas, além do envio do secretário de Estado Colin Powell à região em uma tentativa de obter um cessar-fogo, tanques israelenses entraram desta vez em Hebron, uma cidade dividida entre israelenses e palestinos na Cisjordânia. Na primeira reação ao discurso de Bush, Israel manterá suas tropas nos territórios palestinos, enquanto não houver um cessar-fogo.

Arafat, por sua vez, disse aceitar as condições determinadas por Bush, para a retirada imediata das forças israelenses das cidades palestinas. Em um comunicado lido na rede de televisão CNN pelo principal negociador palestino, Saeb Erekat, Arafat diz aceitar o discurso de Bush "sem condições".