| 04/04/2002 16h28min
O economista João Verle, de 62 anos, acaba de tomar posse como prefeito de Porto Alegre em cerimônia oficial na Câmara Municipal de Vereadores. Em seu discurso, que começou por volta das 15h45min, o novo prefeito pregou a harmonia entre os poderes Executivo e Legislativo. Para Verle, a união entre a prefeitura e a Câmara é importante para a promoção "da qualidade de vida da população, especialmente, as mais carentes".
– Devemos saber conviver com as divergências político-ideológicas, respeito à diferença e co-existência da democracia pariticipativa e legislativa, que levaram Porto Alegre a um reconhecimento mundial.
Verle ainda ressaltou as qualidades e possibilidades do Orçamento Participativo e destacou algumas medidas tomadas em áreas como saúde, educação e segurança.
– Reitero nosso compromisso com um mundo mais justo e solidário, em radicalizar a democracia, para transformarmos Porto Alegre na Capital da Solidariedade – afirmou.
No início da cerimônia, o presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre, José Fortunati, criticou o poder Executivo e lembrou que uma das atribuições Legislativo é fiscalizar a administração pública . Entre os "inúmeros obstáculos provenientes da prefeitura", Fortunati citou os pedidos de informação feitos por vereadores para resolver os problemas da cidade.
– Inúmeros pedidos de informação não são atendidos, mais, são até desprezados, sem qualquer explicação por parte do poder Executivo Municipal – disse.
Outra reivindicação foi ao que chamou de insensibilidade "às necessidades financeiras da Casa", referindo-se à verba destinada à Câmara Municipal. Fortunati advertiu que o veto à proposta do Orçamento de 2002, de pouco mais de R$ 40 milhões, para R$ 28 milhões, fere a "autonomia, soberania e papel constitucional na vida cotidiana da cidade".
As declarações acabaram provocando vaias de parte dos presentes nas galerias e a suspensão da sessão pelo presidente da Casa, que avaliou a atitude de antidemocrática. Minutos depois, a cerimônia foi retomada, quando os líderes da maioria dos partidos da oposição cederam palavra a João Dib (PPB), cujo discurso foi incisivo.
– Estou nessa tribuna para falar de um ato de desamor a Porto Alegre. O homem que a população escolheu para governá-la desistiu. Não foi responsável. Responsabilidade é algo que nunca se transfere e da qual muito menos se foge. Responsabilidade se assume.
Também falaram durante a cerimônia de posse os seguintes líderes na Câmara: do PT, Marcelo Daneris; do PSB, Carlos Alberto Garcia; do PTB, Jorge Antônio Dornelles Carpes (Cassiá); e do PCdoB, Raul Carrion.
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