| 04/04/2002 08h14min
Os nomes do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, e do prefeito de Joinville, Luiz Henrique, fecharam o dia de ontem em alta na bolsa de apostas sobre a indicação do PMDB para vice do candidato tucano José Serra. Na cerimônia de posse dos novos ministros, o presidente Fernando Henrique Cardoso dirigiu afagos a Itamar, chamando-o de “meu antecessor”.
No momento em que PSDB e PMDB procuram um vice para a chapa de Serra, FH aproveitou a ocasião para mostrar que não tem objeções ao nome do governador mineiro. De acordo com FH, Itamar “trabalhou muito para que o Brasil desse alguns passos”. O futuro político do governador será conhecido nesta sexta-feira, dia 5. O presidente do PMDB de Minas, Saraiva Felipe, procurou nessa quarta, dia 3, o presidente nacional do partido, deputado Michel Temer (SP), para indicar o nome de Itamar para a vice-presidência.
Felipe disse ter aval do governador para conduzir as negociações. Temer disse que apenas ouviu a proposta, sem fazer comentários. Já é certo, porém, que o nome do vice de Serra não será definido pela cúpula do PMDB esta semana. O comando do partido ampliou as sondagens. Temer confirmou ontem um encontro com o prefeito de Joinville. À noite, Luiz Henrique disse aceitar o convite. A indicação, porém, não agrada a Serra, que prefere um nome com maior densidade eleitoral ou do Nordeste.
Antes de se reunir com Luiz Henrique, Temer esteve no apartamento do líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA). Apesar do respaldo de Temer, a indicação de Luiz Henrique não entusiasmou a maioria dos presentes na reunião.
– É um excelente nome, mas prefiro um nordestino. O que essa escolha somaria para Serra? – questionou Ney Suassuna (PB).
Além de Luiz Henrique, outros nomes cogitados são os do governador do Rio Grande do Norte, Garibaldi Alves, e do deputado Henrique Eduardo Alves. O senador Pedro Simon, que teria a preferência de Serra, é tido como improvável por integrantes do comando do PMDB, que desejam ter mais peso na escolha.
– Jarbas foi uma exceção porque era um nome acima das correntes – disse o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL).
De acordo com Calheiros, antes de definir um nome, o partido precisa assegurar a aliança. Há um temor de que a sigla possa repetir o que ocorreu na última eleição, quando apoiou o presidente Fernando Henrique Cardoso, mas não conseguiu formalizar a aliança na convenção.
– Não podemos definir um nome e depois ficar contando votos. Essa insegurança é que fez Jarbas desistir – disse um líder do PMDB governista.
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