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Com seis dias de atraso, o presidente Fernando Henrique Cardoso respondeu ontem, dia 26, a ataques feitos pelo senador José Sarney (PMDB-AP) em discurso no plenário do Senado, na quarta-feira passada, dia 20. No plenário, o líder do governo no Senado, Artur da Távola (PSDB-RJ), leu uma carta de FH na qual ele se defende da acusação de ter recebido doação irregular de R$ 5 milhões, do ex-senador Andrade Vieira, na campanha de 1994.
Sarney havia dito que o anúncio da doação fora presenciado pelo ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e seu filho, o deputado Luís Eduardo Magalhães, já falecido. “Tenho certeza de que, vivo estivesse Luís Eduardo, veraz como era, avivaria a memória do pai. Pois nem ele, Luís Eduardo, que então se atinha aos aspectos políticos da campanha, nem seu pai, que à época, governador da Bahia, mantinha relações cerimoniosas comigo, participaram de encontros relativos à obtenção de recursos para a campanha”, contestou FH.
FH escreveu ainda que o próprio Andrade Vieira já desmentiu essa versão. Em outro ponto, esclarece o episódio relatado por Sarney sobre a Companhia Siderúrgica Paulista (Cosipa). Em seu discurso, o ex-presidente disse que ele escreveu uma carta a pedido de FH para inocentá-lo de denúncias de que teria se beneficiado com a indicação de diretores da Cosipa.
“A carta que pedi ao então presidente Sarney e ele, com correção, me enviou, decorreu de uma infâmia. Um importante político de São Paulo dissera ter ouvido do presidente haver sido eu beneficiado pela administração da Cosipa no governo Montoro, cujos diretores teriam sido indicados por mim. Não tive qualquer influência na designação daquela diretoria”.
Pouco depois, ACM enviou carta a Távola contestando FH: “Afirmei que, na campanha do dr. Fernando Henrique, na presença de algumas pessoas, não só minha, o ex-senador José Eduardo Andrade Vieira disponibilizou R$ 5 milhões para o candidato, bem como o seu avião particular. Quero ver o ex-senador Andrade Vieira desmentir, pois guardo nomes das testemunhas para apresentar na hora certa, se for o caso, o que não acredito”.
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