A coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) não participou da decisão de invadir a fazenda Córrego da Ponte, da família do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas apóia a iniciativa. O coordenador João Paulo Rodrigues disse que a decisão foi tomada pela regional do entorno do Distrito Federal. Afirmou ainda que a coordenação nacional não vai mandar representantes a Buritis, em Minas Gerais.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, vai participar das negociações com os sem-terra. A expectativa do ministro é de que o mandado de manutenção de posse seja cumprido e que os invasores deixem a fazenda o mais rápido possível.

Aviões da Força Aérea Brasileira sobrevoaram na noite deste sábado a sede da fazenda Córrego da Ponte. Por terra, chegaram seis veículos do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal. O administrador da fazenda foi até o portão para dizer que não são 600, mas 200 os invasores. Os sem-terra montaram barreiras com tratores e caminhões na entrada da fazenda. 

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rubens Aprobatto Machado, criticou a exploração política da invasão da fazenda. Ele disse que não se pode transformar movimento social em político neste momento. Para o presidente da OAB, isso só tumultua a vida do país, num período que deve ser voltado para o processo democrático.