Duas semanas depois de ser adiada em razão da crise entre o PFL e o governo, a votação da proposta de emenda constitucional (PEC) que prorroga a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) até 2004 deve entrar nesta terça-feira, dia 19, na pauta de votações da Câmara dos Deputados.

Sem a certeza de contar com os votos do PFL, o governo federal admite negociar com a oposição a aprovação da emenda. Segundo o secretário-geral da Presidência, Arthur Virgílio, o governo poderia retirar a urgência na tramitação do projeto que flexibiliza a Confederação das Leis do Trabalho (CLT) caso a oposição ajude na aprovação da CPMF. Esta era a exigência da oposição para não obstruir a votação da proposta que prorroga a CPMF. O governo quer que a proposta seja aprovada nesta terça na Câmara e na próxima semana no Senado.

Segundo Virgílio, se a emenda constitucional que prorroga a CPMF for votada nesta terça, ele acredita que a proposta será aprovada no Senado na terça-feira ou quarta-feira da próxima semana. O secretário-geral da Presidência disse acreditar que o PFL votará a proposta com o governo, como o partido tem feito nos últimos sete anos.

Ao retirar a urgência do projeto de flexibilização da CLT, ao mesmo tempo que garantiria os votos para aprovação da emenda, o governo retiraria dos ombros o peso de um projeto impopular em ano eleitoral. Apesar da negociação, o ministro reafirmou sua confiança de que o PFL cumpra o prometido e vote a emenda que amplia a contribuição.