| 18/03/2002 04h
Com a renúncia do prefeito Tarso Genro, que concorrerá à sucessão do governador Olívio Dutra pelo PT, o catarinense João Verle (foto), 62 anos, natural de Caçador, deixará a condição de vice e será o novo chefe do Executivo da Capital.
Para descrever Verle, amigos e companheiros de trabalho usam duas palavras: íntegro e respeitado. Em seu círculo mais próximo, Verle é a prova de que seriedade vale mais que um rosto popular. Um de seus admiradores é o próprio Tarso, que durante a campanha eleitoral não se cansava de elogiar o companheiro de chapa aos que não o conheciam.
– João Verle vai ter um papel respeitável e importante como vice-prefeito – assegurava.
Se Verle é praticamente desconhecido, os efeitos de seu trabalho são de domínio público. Ele foi um dos implantadores da sistemática do Orçamento Participativo em 1989, comandou a Secretaria Municipal da Fazenda entre 1989 e 1992, na gestão de Olívio Dutra, e o Departamento Municipal de Habitação (Demhab) em 1997, no governo Raul Pont. Com a vitória de Olívio para o governo do Estado, assumiu a presidência do Banrisul, em 1999.
Integrante da Democracia Socialista, mesma corrente de Pont e do vice-governador Miguel Rossetto, foi indicado para a vaga de vice de Tarso num encontro municipal realizado depois da prévia vencida pelo atual prefeito da Capital, em 2000.
O futuro prefeito deixou sua cidade natal para prestar vestibular e tentar realizar o sonho de ser jornalista. A necessidade de conciliar estudo e trabalho levou-o a cursar a Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), pela qual se formou em 1965. Segundo ele próprio, o cargo de auditor do Tribunal de Contas do Estado, exercido por 30 anos, transformou-o num perfeccionista. É pontual e jamais falta a um compromisso. Outro aspecto que chama a atenção dos conhecidos de Verle é a memória. A mesma que usa para tratar a todos com igualdade e ser lembrado como homem generoso.
Casado com Maria Nancy Verle, também
funcionário aposentada do Tribunal de Contas do Estado, é pai de Eduardo, Lenara, Ivana, João e Luiz Edmundo. O lado humano se reflete no mais significativo projeto aprovado nos três mandatos como vereador: o Código de Ética da Cidadania.
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