| 15/03/2002 07h58min
Uma declaração do empresário João Claudino, dono da Construtora Sucesso, adicionou um novo ingrediente ao mistério da origem do R$ 1,34 milhão apreendido pela Polícia Federal (PF) no escritório da Lunus Serviços e Participações. Claudino colocou sob suspeita a versão de Jorge Murad de que o dinheiro tinha sido arrecadado por ele para a campanha de sua mulher, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PFL).
O empresário endossou uma das versões anteriores divulgadas para explicar a existência do dinheiro: disse que comprou três chalés na Pousada dos Lençóis, empreendimento de Murad próximo ao Parque Nacional dos Lençóis, e pagou R$ 150 mil em espécie. Explicou que o pagamento foi feito em espécie porque na região de Barreirinhas não existem agências bancárias.
Diretor-presidente do Grupo Claudino, holding com 13 empresas, que empregam 11 mil funcionários, Claudino garantiu não ter dado qualquer contribuição financeira para a campanha de Roseana. Disse que não foi procurado por Murad ou outra pessoa para doar dinheiro para a pré-campanha eleitoral de Roseana, mas, se tivesse sido, doaria o dinheiro:
– Eu acredito que daria. É uma pessoa ligada. Nós temos negócios no Maranhão.
De acordo com o auto de apreensão, junto ao dinheiro no escritório da Lunus foi encontrado um envelope de cor parda com o nome do remetente Aldemir, o encarregado de obras da construtora de João Claudino, e aos cuidados de Alcides, o tesoureiro da empreiteira. João Claudino confirmou que os nomes são de seus dois funcionários, mas disse acreditar que o envelope está com essas informações porque, por medida de economia, os envelopes da empresa são reutilizados várias vezes.
– Sinceramente eu não sei como o envelope chegou ao escritório da Lunus – disse.
A Construtora Sucesso é responsável pela abertura da estrada que liga São Luís a Barreirinhas, obra que recebeu recursos do governo do Maranhão. João Claudino negou que o dinheiro entregue para a Lunus se tratasse de pagamento de propina.
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