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Para evitar problemas com seu próprio partido e com o PDT, o pré-candidato do PPS à Presidência, Ciro Gomes, não quer falar sobre uma possível adesão do PFL à chamada Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT). Seus aliados petebistas, porém, já não escondem de ninguém que gostariam da companhia do partido da governadora do Maranhão, Roseana Sarney.
Diante da crise enfrentada por Roseana e dos efeitos dela sobre sua candidatura à sucessão presidencial, o líder do PTB na Câmara, Roberto Jefferson, admitiu que conversou com o presidente nacional do partido, deputado José Carlos Martinez, e os dois decidiram fazer os primeiros contatos com a cúpula pefelista.
– Terei a maior satisfação de ver o PFL na Frente Trabalhista. O PFL é um partido nacional de peso e não pode ficar à deriva. Acho muito difícil que Roseana supere a atual crise, embora seja uma pessoa espetacular. Mas seu marido errou e esse erro a atinge. O PFL tem dois caminhos: o Ciro ou o Garotinho (Anthony Garotinho, governador do Rio e pré-candidato do PSB à Presidência). Temos de sair na frente – disse Jefferson.
A iniciativa dos petebistas pode provocar o primeiro racha na Frente Trabalhista, formada há pouco menos de um mês por PPS, PDT e PTB. O presidente nacional do PPS, senador Roberto Freire (PE), se recusa a comentar a hipótese de ter os pefelistas como aliados.
– Quando penso no PFL, lembro da Arena. Quando penso na Arena, vem o fantasma da ditadura. Esse não é o nosso campo – disse Freire.
A proposta também enfrenta resistências no PDT. O líder do partido na Câmara, Miro Teixeira (RJ), lembra que nenhuma decisão será tomada sem o consentimento das executivas dos três partidos que compõem a Frente Trabalhista: – Se nos afastarmos um milímetro que seja disso, vamos mergulhar em um cenário incontrolável em prejuízo da candidatura de Ciro. O líder do PPS na Câmara, João Herrmann Neto (SP), descartou por completo a possibilidade de qualquer aliança com o PFL.
Numa situação delicada, já que não poderia recusar apoios, e ao mesmo tempo evitando entrar em polêmicas dentro da Frente Trabalhista, Ciro Gomes preferiu na última semana não fazer comentários sobre a iniciativa do PTB. O PFL também está cauteloso, sobretudo para não melindrar a governadora do Maranhão, que continua dizendo que sua candidatura será mantida.
– Não há nenhuma negociação em curso – garantiu ontem o líder do PFL no Senado, Agripino Maia (RN).
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