| 11/03/2002 07h04min
A situação da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, pode se complicar ainda mais. Um relatório do Ministério da Integração Nacional informa que todos os sete projetos aprovados na reunião do Conselho Deliberativo da extinta Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) no dia 14 de dezembro de 1999, em São Luís, presidida por Roseana, estão sendo alvo de inquérito da Polícia Federal. Os sete projetos, contemplados com financiamentos de R$ 67,7 milhões, estariam com problemas que vão do uso de notas fiscais frias à execução de obras por empresas de fachada.
Foi nesta mesma reunião que foi aprovado o projeto da Usimar, de R$ 44 milhões, para a construção de uma fábrica de autopeças que nunca saiu do papel. A empresa teria relações com o marido da governadora, Jorge Murad. Os projetos suspeitos são os empreendimentos Aluminium Anodizing, Ráfia do Maranhão, SN Tecidos de Malha, Companhia Maranhense de Refrigerantes, Ferro Braga Pisos e Revestimentos e a Companhia do Couro do Maranhão. A Aluminium Anodizing recebeu R$ 2,38 milhões para montar um centro de pintura de alumínio. Mas as obras não foram executadas. Já a Ráfia do Maranhão faturou R$ 1,78 milhões, dos R$ 5 milhões autorizados, para construir uma fábrica de sacos de ráfias.
Mas o pagamento da obra foi destinado à AS Rosa, construtora da própria Ráfia. A SN Tecidos de Malha recebeu R$ 2,3 milhões para construir uma fábrica de artigos têxteis, mas as obras foram entregues a uma imobiliária, a F Nunes. Os documentos apreendidos há 10 dias na sede da empresa Lunus, pertencente a Roseana e Murad serão transportados hoje de São Luís para Brasília por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ontem, Roseana passou a tarde reunida com advogados para traçar um plano para a fase inicial da campanha.
O primeiro impacto eleitoral das denúncias contra Roseana se refletiram na pesquisa feita pelo Instituto Vox Populi, na semana passada. Roseana caiu de 25%, registrado no levantamento feito na última semana de fevereiro, para 20%, aumentando a diferença em relação ao candidato do PT , Luiz Inácio Lula da Silva. O petista passou de 26% para 28%. Os demais candidatos se beneficiaram de maneira homogênea, crescendo de 1 a 2 pontos percentuais cada um.
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