O presidente norte-americano George W. Bush, anunciou oficialmente, nesta terça-feira, dia 05, a imposição de taxas entre 8% e 30% para importação de vários tipos de aço. A taxação deve valer por três anos. Canadá e México – membros do NAFTA junto com os Estados Unidos – ficam isentos do imposto. Países em desenvolvimento, como Tailândia, Argentina, África do Sul e Turquia terão isenções sob determinadas circunstâncias. Japão, China, Coréia do Sul, Rússia, Ucrânia e Brasil são algumas nações prejudicadas pela tarifa.

No ano passado, o Brasil exportou 2,8 milhões de toneladas de aço para os Estados Unidos. Segundo as medidas anunciadas por Bush, a cota brasileira nos próximos três anos será de 52% sobre 5,4 milhões de toneladas de placas de aço. Mesmo pagando a sobretaxa, o Brasil só poderá exportar o equivalente a 52% desse volume.

O governo brasileiro deve avaliar os impactos que a decisão americana terá sobre a indústria siderúrgica brasileira antes de tomar qualquer atitude junto à Organização Mundial do Comércio, afirmou nesta terça o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral. Segundo ele, as exportações brasileiras não deveriam ser atingidas por quaisquer medidas americanas "porque, na verdade, contribuem para a competitividade da indústria daquele país".

Também nesta terça-feira, o secretário-executivo da Camex, Roberto Giannetti, qualificou de "protecionismo geriátrico" a adoção de barreiras ao aço brasileiro pelos Estados Unidos porque atende ao lobby muito forte de empresas integradas, não competitivas, para garantir sua sobrevida naquele país. Ele acrescentou que as medidas contra o aço brasileiro prejudicam o segmento de empresas não integradas americanas, parceiras do Brasil que, se ficarem sem fornecimento de placas brasileiras, serão obrigadas a fechar.