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Semana Farroupilha  | 19/09/2011 22h08min

Mini-fazenda erguida entre piquetes do Acampamento Farroupilha desperta curiosidade das crianças

Projeto Nossa Terra fica junto ao piquete da Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul

Kamila Almeida  |  kamila.almeida@zerohora.com.br

— Olha! A vaca tem chifre — exclamou Ana Clara Garcia Alberton ao adentrar uma mini-fazenda de 400 metros quadrados erguida em meio a piquetes e estandes do Acampamento Farroupilha.

A empatia da menina de quatro anos e Deise, a vaca, foi imediata. Que medo que nada. Adentrou o cercado do animal para acariciá-lo. Interessada em saber do que se alimentavam os bichos da fazendinha, saiu a observar cavalos, coelhos e ovelhas expostos no Projeto Nossa Terra, localizado junto ao piquete da Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul.

O objetivo da exposição é justamente esse: trazer para dentro da cidade um pouco da cultura do campo. E vem dando certo: os bichos que Ana Clara estava acostumada a admirar nas histórias dos livros e da televisão ganharam forma, tamanho e cheiro na frente dela na tarde de ontem no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho.

O olhar xereta inerente à idade foi lançado com atenção para os casais de garnisés, de gansos e de marrecos. Parecido fez David Kovalski, 12 anos. Não conseguia desgrudar do casal de carneiros e o filhote. Ficou impressionado em ver que o pelo do animal era completamente diferente do cachorro.

— De longe parece normal, tipo de cachorro. Quando toquei vi que parecia uma mola — disparou o menino.

São descobertas como essa que gratificam o empenho do idealizador do projeto Gustavo Bierhals, 64 anos. Ele passa o dia proferindo palestras e ensinando as crianças sobre a importância de cada um dos animais na vida do campo e apresentando uma pequena horta de 12 mudas.

— Mostro a eles como é a vida do campo e a produção primária, que fazem parte da nossa história. Ficam encantados em ver que o leite sai da vaca e não da caixinha do supermercado, e que a alface que eles colocam no sanduíche vem da terra — conta Bierhals emocionado.

Em vídeo, conheça o projeto Projeto Nossa Terra:

Mas a exposição não atrai apenas os pequenos. Prova disso é o aposentado Hermenegildo Gambôa, 93 anos, que participou de um passeio com 45 mulheres que visitaram e bailaram no piquete de Bierhals. Com a sabedoria de quem se criou em Camaquã e chegava a cortar, à tesoura, o pelo de 60 ovelhas por dia, seu Gambôa distribui ensinamentos:

— Está faltando para essas crianças que vivem trancadas em apartamento conviver com os bichos.

Ao final da incursão pelos hábitos gauchescos, os visitantes com agendamento prévio ainda desfrutam de um bem-servido lanche campeiro. Neste primeiro ano do projeto, desde o início do acampamento, mais de 400 crianças visitaram o espaço diariamente. Ele segue montado no parque até o dia 20, mas Gustavo também recebe escolas e grupos em sua propriedade rural de seis hectares em Belém Novo, na Capital, a partir de outubro. Informações pelo e-mail gbierhals@terra.com.br ou pelo telefone (51) 9964-5191. O passeio é gratuito.

SAIBA MAIS

O que:
Projeto Nossa Terra da Fazendinha do Harmonia

Quando: até 20 de setembro

Quanto: gratuito

Informações: pelo e-mail gbierhals@terra.com.br ou pelo telefone (51) 9964-5191

O que se encontra por lá:

Gustavo Bierhals, coordenador do projeto, recebe os convidados com uma palestra a respeito da cultura gauchesca, agricultura e pecuária e atividades campeiras. As crianças podem observar, tocar e tirar fotos com os animais.

Dentro os bichos, há uma família de carneiros, trio de cavalos, vaca, galos, pônei, coelhos e casais de ganso e de patos. Na horta, tem plantação de alface, brócolis, couve, beterraba, tempero verde, e pés de abacate, laranja, figo e bergamota.

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