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O novo presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, terá de enviar, no prazo de duas semanas, carta aberta ao ministro da Fazenda, Antônio Palocci, justificando o descumprimento das metas de inflação em 2002, informou nesta sexta, dia 10, a assessoria da instituição. Além de explicar os motivos do descumprimento da meta, o BC dirá como pretende enquadrar a inflação nos limites fixados pelo governo.
O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou o centro da meta da inflação para 2002 em 3,5%, com teto de 5,5%. A variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que serve de referência para o sistema de metas – chegou em 2002 a 12,53%. Antes de assumir o cargo, na terça-feira passada, Meirelles já sabia que teria de preparar essa carta, justificando ações de seu antecessor, Armínio Fraga. Entre janeiro e novembro de 2002, o IPCA já acumulava variação de 10,22%. Meirelles não terá problemas para preparar o texto, pois toda a diretoria de Armínio Fraga permaneceu no BC.
Um decreto exige que o presidente do BC descreva detalhadamente as causas do descumprimento das metas e liste as providências para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos, e o prazo.
No discurso de posse, Meirelles deixou claro que as metas de inflação seriam perseguidas, mas poderiam ser cumpridas em prazo superior a 12 meses. Ele queria dizer que na prática, o governo precisará mais tempo para o combate à inflação e trazê-la de volta à trajetória desejada.
O IPCA fechou 2001 com variação de 7,67%. A meta previa inflação de 4% com margem de tolerância de dois ponto porcentuais. A maioria das justificativas apontadas por Fraga em 2002 deverá ser mantida na próxima carta. Fraga culpou os choques externos e internos que atingiram a economia brasileira pelo descumprimento da meta inflacionária. A desaceleração da economia mundial, o contágio da crise argentina e os ataques terroristas nos Estados Unidos foram os principais fatores para o descumprimento da meta inflacionária. Internamente, os principais destaques foram o crescimento "acentuado" dos preços administrados por contrato, principalmente das tarifas de energia elétrica.
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