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Os 20 catarinenses que marcaram o Século 20

Durante o último século algumas personalidades se destacaram entre a população catarinense. Em suas áreas foram, ou ainda são, referências e lideranças para o povo do Estado e também para o país. Para prestar as devidas homenagens, em 2001, os moradores de Santa Catarina escolheram de forma democrática os 20 personagens que marcaram o Século 20. Entre os eleitos estão empresários, políticos, educadores, esportistas e religiosos.

Cerca de 1,1 milhão de votos foram enviados aos pontos de coletas distribuídos por todo o Estado. E no dia 12 de junho de 2001, foi realizada a cerimônia que reuniu as personalidades eleitas, ou seus representantes, no Centro Integrado de Cultura, em Florianópolis.

Conheça a história de vida dessas personalidades na série Os Catarinenses que marcaram o Século 20 exibida na programação da RBS TV e TVCOM no ano 2001:

Lucas Neumann

Antonieta de Barros (1901-1952)

O sonho da menina, que nasceu em Florianópolis, em julho de 1901, era tornar-se professora. Mas, seus ideais a levaram além. Numa época em que o preconceito racial contra negros e mulheres era latente, a professora de origem humilde rompeu todos os preconceitos ao se eleger, em 1934, como a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Antonieta de Barros ocupou a cadeira de deputada estadual pelo Partido Liberal e voltou ao cargo em 1948, desta vez pelo Partido Social Democrático

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Lucas Neumann

Attilio Fontana (1900-1989)

Filho de italianos, Attilio Fontana nasceu em 7 de agosto de 1900, e desde os tempos de criança, no interior do Rio Grande do Sul, demonstrou interesse pelas atividades comerciais. Em 1922, instalou-se em Santa Catarina e passou a negociar, principalmente com comerciantes de São Paulo, a compra e venda de suínos. Sempre atraído por desafios, o empresário se transformou em um respeitado empreendedor ao construir uma das maiores empresas de alimentos da América Latina e uma das maiores exportadoras do país, a Sadia

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Lucas Neumann

Bruno e Hermann Hering

Bruno (1842-1918) e Hermann (1835-1915) Hering nasceram no pequeno povoado de Hartha, na Alemanha. Em 1878, Hermann deixou a família e desembarcou no Brasil com o sonho de prosperidade financeira na nova terra. Ao se instalar em Blumenau, mandou buscar sua mulher, filhos e o irmão Bruno, e deu início a indústria de fiação e tecelagem na região. Pela importância no setor industrial, os irmãos Hering são reconhecidos pela contribuição ao desenvolvimento econômico do Vale do Itajaí

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Lucas Neumann

Carl Hoepcke (1844-1924)

O imigrante alemão Carl Hoepcke chegou ao Brasil em 1863 e se instalou em Santa Catarina. Seus conhecimentos sobre cálculo e o interesse pela navegação fizeram com que ele assumisse as empresas de seu tio, fundando a Carl Hoepcke e Cia. O empreendimento prosperou e se transformou num dos maiores conglomerados empresariais do Sul do país, abrangendo uma companhia de navegação, fábricas de renda, bordados, pregos, gelo, comércio de importação e exportação e uma cadeia de lojas no Estado

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Carlos Renaux (1862-1945)

Ao completar 20 anos de idade o alemão Carlos Renaux desembarcou no Brasil. Seu perfil de empreendedor o levou a adquirir uma casa comercial em Brusque e a revolucionar as transações comerciais na cidade. Ele passou a pesar os produtos agrícolas e a utilizar moeda corrente nos negócios com os colonos. Como republicano, foi o primeiro administrador do município após a proclamação da República e construiu um império na indústria têxtil

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Diomício Freitas (1911-1981)

Diomício Freitas começou a trabalhar aos 12 anos de idade, como telegrafista na Estrada de Ferro Dona Tereza Cristina, em Tubarão. Em1928, aos 17, mudou-se para Criciúma em busca de crescimento profissional. Ao lado da esposa, Agripina Francioni, e dos seis filhos, Diomício Freitas investiu em atividades comerciais. Mas, foi com a indústria carbonífera que o empresário prosperou e passou a controlar empresas dos setores cerâmico e agropecuário, da comunicação, construção civil, hotelaria, reflorestamento, metalúrgico e de turismo

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Família Schürmann

Em 1984, a família de velejadores formada pelo casal Vilfredo e Heloísa Schürmann, e os filhos Pierre, David e Wilhelm trocou a confortável residência no bairro de Santo Antônio de Lisboa, em Florianópolis, pela vida nos mares. Percorreu o mundo em um barco a velas cruzando os três oceanos em mais de 50 mil quilômetros navegados. O pioneirismo é a principal marca dos Schürmann. O grupo foi a primeira família brasileira a completar duas voltas ao mundo a bordo de um veleiro

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Felipe Schmidt (1859-1930)

Nascido em Lages, no ano de 1859, Felipe Schmidt formou-se em Engenharia Militar em 1883, e galgou uma brilhante carreira no Exército. Em 1892, foi promovido a major, a tenente-coronel, em 1900, coronel, em 1909, e a general, em 1918. O militar foi governador de Santa Catarina entre setembro de 1898 e setembro de 1902. Posteriormente, em substituição a Vidal Ramos, voltou ao cargo entre outubro de 1914 e outubro de 1918. Felipe Schmidt ainda teve importante influência na demarcação das terras catarinenses na divisa com o Paraná

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Gustavo Kuerten

Depois de derrotar o espanhol Sergi Bruguera, por 3 a 0, na manhã de 8 de junho de 1997, a vida do tenista Gustavo Kuerten não foi mais a mesma. Ao erguer o troféu de Roland Garros, o catarinense passou a ser referência no tênis brasileiro. O gesto nas quadras francesas se repetiu por outras duas vezes, em 2000 e 2001. Guga fez história também ao permanecer na liderança do ranking mundial de Simples da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) por 43 semanas. Encerrou a carreira profissional em 2008, mesmo ano em que ingressou na faculdade de Teatro

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Hercílio Luz (1860-1924)

Nascido em 1860, Hercílio Luz diplomou-se em Engenharia de Artes e Manufaturas, na Universidade de Liège, Bélgica. Ao retornar a Santa Catarina em 1884, inicia sua carreira política e, dez anos depois, torna-se o primeiro governador catarinense eleito pelo voto popular. É neste período que Desterro passou a ser chamada Florianópolis em homenagem ao então presidente da República, Floriano Peixoto. Hercílio Luz alcançou o posto máximo no governo catarinense em outras duas oportunidades, em 1918 e 1922. Durante seus governos, impulsionou o desenvolvimento do Estado com investimentos em infraestrutura

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João David Ferreira Lima (1911-2001)

Brilhante advogado e professor, sua atuação foi fundamental para a fundação, em 1960, da Universidade Federal de Santa Catarina. Porém, a história de dedicação ao ensino inicia muito antes, quando o jovem recém-formado em Ciências Jurídicas passou no concurso para professor titular da Faculdade de Direito, no início da década de 1940. João David foi o primeiro reitor da UFSC, a qual comandou até 1971, fundou o Conselho dos Reitores das Universidades do Brasil e dirigiu a União das Universidades da América Latina

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José Arthur Boiteux (1865-1934)

Liderança intelectual de Santa Catarina, José Boiteux atuou como professor, deputado, secretário estadual e desembargador. Nasceu em 1865, na vila de São Sebastião da Foz do Rio Tijucas, hoje cidade de Tijucas, na Grande Florianópolis. Fundou o Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina em 1896, e o Instituto Politécnico, com os cursos de Engenharia, Comércio, Farmácia e Odontologia, em 1917. No ano de 1920, Boiteux foi responsável pela fundação da Academia Catarinense de Letras e em 1932 criou a Faculdade de Direito de Florianópolis

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Juarez Machado

A arte sempre esteve presente na vida de Juarez Machado. Os primeiros rabiscos foram feitos aos três anos de idade, e sua infância foi vivida ao lado do pai, que esculpia obras em madeira, e da mãe, que pintava leques. A educação que recebeu dentro de casa o estimulou a ingressar no mundo da pintura. Cursou a Escola de Música e Belas Artes em Curitiba e no ano de 1978, decidiu morar em Londres, mudando-se para França em 1986. Juarez Machado é considerado um dos principais pintores contemporâneos do Brasil e referência mundial na arte

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Lindolf Bell (1938-1998)

Nascido em Timbó em 1938, Lindolf Bell transformou-se em um dos maiores poetas do Estado. No fim da década de 1950, mudou-se para o Rio de Janeiro onde conheceu pessoalmente ícones da literatura como Cecília Meireles e Carlos Drummond de Andrade. Foi responsável pelo primeiro programa televisivo dedicado à poesia no país, veiculado na TV Coligadas, de Blumenau, e participou da 1ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, em 1970. Um ano depois, publicou Annamárias, seu grande sucesso. O poeta mudou a forma de divulgar as poesias e suas obras acabaram publicadas e traduzidas para diversas línguas

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Nereu Ramos (1888-1958)

A vida pública de Nereu Ramos foi influenciada por seu pai, Vidal Ramos, e aos 21 anos de idade, ocupou seu primeiro cargo político. Em 1935, foi eleito governador catarinense e dois anos depois, foi nomeado interventor federal no Estado pelo presidente Getúlio Vargas, exercendo o cargo até 1945. Eleito vice-presidente da República pelos constituintes, exerceu a presidência de 13 a 30 de maio de 1949, durante a viagem do general Eurico Gaspar Dutra. Em novembro de 1955, Nereu Ramos assumiu novamente a presidência, entregando o cargo a Juscelino Kubitschek em 31 de janeiro de 1956

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Paulo Evaristo Arns

Quando era criança, Paulo Evaristo Arns sonhava em ser jogador de futebol. Porém, ainda na infância, a paixão pelo esporte foi substituída por uma ainda maior: o sacerdócio. Em 1945, o sonho se concretiza e Paulo ordena-se sacerdote franciscano, em Curitiba. Em 1970, aos 49 anos de idade, torna-se o mais jovem arcebispo do Brasil, ocupando o cargo na arquidiocese de São Paulo e três anos depois, foi sagrado cardeal. Coordenou o levantamento dos documentos que comprovaram a tortura praticada no Brasil entre 1964 e 1979 e transformou-se em um dos grandes defensores dos direitos humanos no país

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Raulino Reitz (1919-1990)

O religioso interessava-se por tudo o que estivesse relacionado à botânica. Apaixonado pela natureza, Reitz escreveu 45 livros sobre o assunto. Sua curiosidade em conhecer as famílias das plantas e seus nomes científicos, o levou a fundar o Herbário Barbosa Rodrigues, instalado em Itajaí no dia 22 de junho de 1942. Sua contribuição para a ciência está relacionada à descoberta de cinco gêneros novos e 327 espécies desconhecidas. Pelo trabalho em favor da natureza, Raulino Reitz recebeu o Prêmio Global 500, concedido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pruma)

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Santa Paulina (1865-1942)

Amábile Visintainer chegou ao Brasil em 1875, aos 10 anos de idade, junto com centenas de imigrantes que deixaram a Itália em busca de uma vida melhor na América. Com 20 anos de idade, decidiu percorrer o caminho da vida religiosa. Em 1895, o bispo de Curitiba (PR) oficializou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, criada por Amábile e duas amigas. A religiosa construiu uma história de dedicação ao auxílio, principalmente, de crianças e negros. Em 19 de maio de 2002, o papa João Paulo II canonizou Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus e o Brasil recebeu sua primeira santa

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Lucas Neumann

Vera Fischer

A linda adolescente, que usava óculos, calças largas e passava os dias inteiros lendo, pretendia ser jornalista quando soube do concurso de beleza que escolheria a Miss Santa Catarina 1968. Ela decidiu que iria se inscrever e venceu. No ano seguinte, representou o Estado no concurso de Miss Brasil e foi coroada a mulher mais bonita do país. Conquistou também o 15º lugar no Miss Universo e logo partiu para a carreira de atriz, sendo reconhecida pelos trabalhos no teatro, telenovela e cinema brasileiro

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Lucas Neumann

Willy Zumblick (1913-2008)

Ele desejava correr o mundo na boleia de um caminhão, mas ainda criança descobriu sua aptidão para o desenho. Foi pelas ruas empoeiradas de Tubarão, no Sul do Estado, que Zumblick correu e aprontou molecagens de infância. E de lá, viajou à sua maneira: através dos pincéis. Willy Zumblick desenvolveu o dom de narrar a história de sua terra e a pintura foi a maneira que encontrou para se expressar. Um dos mais respeitados artistas plásticos de Santa Catarina e do Brasil, Zumblick soube representar as tradições catarinense

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