Porque o sistema educacional como um todo e a escola brasileira em particular sempre estiveram e continuam desfocados em relação a quatro fundamentos: a) aprendizagem; b) aluno; c) professor; d) escola.
a) A falta de foco em relação à aprendizagem diz respeito ao pouco e frágil conhecimento que os professores e gestores educacionais têm frente ao que é e como se processa a aprendizagem na criança e no ser humano ao longo da vida. Confunde-se aprender com memorizar e acumular; não se distingue memorização de aprendizagem, informação de conhecimento.
b) Em relação ao aluno, a falta de foco revela-se por processos de ensino centrados em livros e conteúdos pré-definidos, fazendo dos alunos receptores passivos diante de informações e conhecimentos elaborados e acumulados ao longo da história. O ensino continua sendo uma prática sustentada na lógica transmissão-recepção, e os conteúdos são tidos como verdadeiros e únicos. É muito reduzida a interação entre alunos e entre estes e os conteúdos apresentados. São igualmente frágeis os procedimentos focados na dúvida, pergunta e investigação como partes significativas da aprendizagem e do conhecimento.
c) Quanto ao professor, este não vem tendo preparação adequada tanto na formação inicial - licenciaturas -, quanto na continuada - ao longo dos anos e em serviço -, nem motivação suficiente que o torne competente, seguro e eficaz diante dos desafios que o ensino e a aprendizagem apresentam no cotidiano de suas atividades.
d) Por último e não menos importante: a escola. Esta não conquistou e ainda não adquiriu autonomia didático-pedagógica e de gestão. A centralidade da gestão da escola é cultivar seu caráter institucional, isto é, a formação de sujeitos conscientes, livres e comprometidos. Em vista da diversidade de situações e desafios que a educação enfrenta, a escola torna-se, assim, o ambiente favorável à formação dos sujeitos e da comunidade educativa por meio da organização dos meios e da interação e atuação das pessoas em torno de um projeto comum.
O professor faz a escola, enquanto o aluno é a razão de ser de ambos, cuja centralidade é a aprendizagem. Só assim se deixará de fazer educação de gaveta e se passará a fazer educação sustentável.
São diversos os fatores que distorcem a adequada relação série-idade. Dentre eles destacam-se: a) Fragilidade dos processos de ensino adotados na fase inicial da formação escolar dos alunos (Ensino Fundamental) e formas inadequadas de avaliação, levando-os à reprovação ou desistência escolar; b) Currículos, conteúdos e processos de ensino desprovidos da participação dos alunos e dissociados da realidade em que eles se encontram; c) Conflito entre a estrutura socioeconômica e as perspectivas vividas pelos alunos em relação às demandas de estudos nesse nível de ensino.
A tarefa educativa é complexa, extrapolando, portanto, os limites convencionalmente atribuídos à família e à escola. Educação é tarefa e desafio com muitas interfaces.
A faixa de idade que compreende a vida escolar, sobretudo nos anos iniciais, requer atenta e permanente participação e diálogo entre família, escola, professores e alunos.
Participação dos pais na vida escolar dos filhos significa tomar parte naquilo que é de interesse comum às partes: a educação dos filhos-alunos ao longo do período em que estes passam pela escola.
Em educação, se cada um fizer bem a sua parte, separadamente, o resultado ficará incompleto e sem qualidade. Não há boa aprendizagem nem educação de qualidade se os processos forem conduzidos de forma isolada.
Identificar interesses comuns entre escola e família, traçar caminhos, convergência e foco são estratégias que resultam em multiplicação de esforços, equilíbrio de forças e garantia de mais aprendizagem e qualidade na educação dos filhos.
A principal causa diz respeito à combinação entre ausência de atratividade e baixa perspectiva profissional, cuja questão central é de ordem salarial e valorização social.
O ensino da Matemática, sobretudo, sofre de problemas de ordem cultural, processual e de relação de pertinência.
Faz parte da "cultura da escola e da sociedade" a afirmação de que Matemática é difícil, não tem aplicação prática, o professor é muito exigente e aprova poucos. Estes rótulos criam um ambiente pouco atrativo e promissor para a aprendizagem da Matemática. Os procedimentos didático-pedagógicos em relação ao ensino da Matemática, por sua vez, centram-se na racionalidade e na abstração, dissociadas de experimentos, práticas e solução de situações-problema vivenciais por parte dos alunos. Essa situação fica reforçada pela pouca pertinência que os conteúdos apresentam com a realidade e pela falta de perspectiva, por parte dos alunos e até mesmo dos professores, em relação à sua utilização e formação profissional e intelectual ao longo da vida.
As principais causas do baixo rendimento, considerado aquém do mínimo adequado, devem-se a fatores tais como: a) Utilização de conteúdos abstratos e de procedimentos didático-pedagógicos pouco adequados à aprendizagem; b) Formação inadequada dos professores e baixa valorização profissional; c) Desvio de foco por parte dos gestores educacionais centrados nas atividades-meio em detrimento das atividades-fim; d) Baixa participação dos pais na vida escolar dos seus filhos.
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