Educação Básica | 31/05/2014 06h31min
É muito provável que quando perguntado o que fez na escola, um aluno da Casa Amarela de Florianópolis responda: brinquei. A escolinha reserva boa parte do tempo e do espaço para as crianças explorarem livremente atividades lúdicas. Discutir de que forma outros colégios podem estimular as brincadeiras será tema de debate da 13ª Mostra de Cinema Infantil, na terça-feira, dia 3.
A Casa Amarela, que fica no Rio Tavares, Sul da Ilha, aposta no ato de brincar para o desenvolvimento integral dos alunos, para que trabalhem não apenas o lado intelectual, mas também o emocional e o social. O colégio de educação infantil atende cerca de 65 crianças, entre 1,5 ano e 6 anos. Tem como método a pedagogia Waldorf, criada em 1919 na Alemanha por Rudolf Steiner.
O pátio espaçoso, com árvores, pedrinhas no chão e objetos como caixote de madeira vão revelando o que a escola reserva para os alunos. A coordenadora pedagógica, Sandra Eckschmidt, que irá participar da discussão da Mostra, diz que a ideia é estimular na criança o brincar livremente. Em vez de a professora determinar qual vai ser brincadeira, ela deixa os alunos livres para soltarem a imaginação. Assim uma caixa e um pano viram uma casa, e uma tábua apoiada em algo, um escorregador.
— Não que não haja nunca estímulos externos. Mas quando a criança brinca livremente, a professora consegue recolher uma série de informações a respeito daquele aluno.
Sandra explica que é possível perceber se ele escolheu brincadeira de correr ou de casinha, se preferiu brincar com um menino ou uma menina, ou da mesma idade ou de outra. A professora também consegue preparar futuras atividades. Além disso, este é um momento para o estudante desenvolver a criatividade e a autonomia.
::Mudanças na sociedade pedem maior estímulo::
Envolver os pais nesse estímulo é outro desafio.
— Eles precisam entender o quanto os filhos crescem e se desenvolvem quando eles brincam e as relações sociais que eles fazem — ressalta.
Levar a brincadeira para a escola é uma discussão que continua atual, porque a sociedade mudou. Sandra relembra que antes os filhos passavam meio período na escola e outro livre, quando podiam brincar na rua, por exemplo, com coleguinhas de idades diferentes. Com as crianças ficando em tempo integral no colégio, é preciso estimular esse ambiente lúdico em meio ao processo de ensino e aprendizagem.
::O debate::
Na escola Casa Amarela em Florianópolis o brincar livremente é incentivado entre os alunos
Foto:
Jessé Giotti
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Agencia RBS
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