A Educação Precisa de Respostas | 24/02/2014 10h17min
Com o término das férias, crianças, jovens e adultos começam ou retornam para a escola. Como seria bom se além da preocupação com a compra de uniformes e materiais por parte das famílias, e a preparação do ano letivo por parte dos educadores, que a aprendizagem fosse o foco principal de pais e mestres em 2014.
As unidades educativas da creche a universidade deviam ser canteiros de aprendizagem. Infelizmente muitas famílias não se preocupam com aquilo que é ensinado nas escolas e muitos educadores tem na profissão um martírio diário.
Aprender é uma tarefa complexa, imagina se for com alguém que não gosta de ensinar ou percebe sua carreira apenas como um anexo e não opção de vida. É fundamental a luta por melhores condições de trabalho e salariais para os profissionais de educação, mas é primordial que quem ensina faça isso com a mesma cumplicidade que luta por sua carreira. Isto significa que não posso ser bom educador lutando pelos meus direitos, mas lecionando de qualquer forma sem levar em conta os saberes necessários para aqueles que estão aprendendo comigo.
As famílias na maioria das vezes também abandonam a tarefa da educar somente para a escola, Ser humano que não respeita seus pais não irá respeitar seus educadores. Pais que gritam em casa não podem esperar que seus filhos não gritem na escola. Muitas famílias dão mais valor ao adesivo do caderno do que o sorriso da criança ao aprender algo novo. O ser humano independente da faixa etária ou categoria geracional gosta de ser notado, amado e reconhecido.
Neste sentido é necessário e saudável o trabalho de parceria entre família e a escola. A escola precisa investir e reconhecer o potencial criativo e formativo que cada família pode trazer. As famílias precisam entender que as representações que a criança tem da escola são construídas no seio familiar. Se os pais e mães só sabem reclamar dos professores de seus filhos não é possível que seus filhos vejam a escola com um bom espaço para aprender.
Também é imperioso que a escola pare de chamar as famílias somente para exigir providências em situações indisciplinares ou queixas. Existem outras pautas e demandas para as famílias comparecerem na escola. A escola como invenção da sociedade deveria mover-se pela pergunta, curiosidade, e ensino de conteúdos que levem a pensar que as coisas não são, as coisas estão sendo e por isso podem ser diferente. Canteiros de aprendizagem onde a meta é a pergunta e não apenas a resposta é o lugar onde educador e família tem o mesmo foco: a aprendizagem.
*Professor do Departamento de Pedagogia e do Programa de Pós Graduação em Gestão da Informação da Udesc.
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