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Vestibular  | 04/02/2014 02h01min

Jovens intercambistas geralmente têm entre 18 e 25 anos e vão em busca de fluência em uma língua estrangeira

Bruna Scirea  |  bruna.scirea@zerohora.com.br

Você já pensou em se aventurar em outra cultura e terras distantes e, de quebra, aprender uma nova língua e trabalhar características importantes como autoconhecimento, responsabilidade e tolerância?

Se a resposta for sim, bem-vindo a um grupo em constante crescimento: o de jovens e adolescentes em busca de um intercâmbio para chamar de seu — porque, sim, um intercâmbio é, sobretudo, um momento para si mesmo.

Mas qual a melhor fase da vida para viver essa experiência? Qual país é o ideal para se tornar a segunda pátria? Por quanto tempo ficar? As perguntas podem ser infinitas. Para isso, há agências especializadas em ouvir cada estudante, entender os objetivos dele com o intercâmbio e entregar-lhe boa parte das respostas prontas.

— Os jovens que buscam essa experiência geralmente têm entre 18 anos e 25 anos e querem melhorar a fluência no inglês. Mas cada caso é particular. Então, o perfil de cada aluno é muito bem analisado para se definir qual é o melhor destino, o tempo e o tipo de programa mais indicado para ele. Se o foco é estudar inglês mesmo, não é indicado que ele vá para uma cidade em que tenha muitos brasileiros, por exemplo — explica Paula Flores, gerente de vendas da Student Travel Bureau (STB), em Porto Alegre.

E se você já está aí pensando que intercâmbio não é coisa para o seu padrão de vida, preste atenção: há programas gratuitos, em que os gastos acabam sendo mínimos ou até mesmo, se você souber economizar, nenhum. Aí, claro, é preciso de um esforço maior para ir em busca das ofertas e passar por processos seletivos. Mas vale a pena — e há muitos motivos que justificam a coragem para abandonar tudo por um tempo. Um deles é o impulso na (futura) formação profissional.

— Um intercâmbio é importante porque o aluno se expõe a novas culturas. Os profissionais que tiveram uma vivência internacional, seja no Ensino Médio ou no meio da faculdade, acabam tendo mais oportunidades, são mais preparados. Além disso, em qualquer processo seletivo, o inglês acaba sendo o grande diferencial — garante Cláudio Reiter, sócio-diretor da RSA Talentos Executivos, empresa que trabalha no recrutamento de profissionais para o mercado.

Experiência fora do país amadurece

Se não bastassem ainda os motivos profissionais, um intercambista poderia lhe dizer que, antes de aprender ou aprimorar a língua inglesa, antes de conhecer novos hábitos e fronteiras, o intercâmbio é uma lição de autoconhecimento. É por isso, por exemplo, que Marina Rockett, 17 anos, partiu na semana passada para o seu segundo intercâmbio, desta vez no Canadá (confira a história aqui).

— A verdade é que nossa experiência até o Ensino Médio é muito limitada. É uma fase em que ainda não descobrimos quem somos, que não sabemos a dor que somos capaz de suportar, não conhecemos a gana que temos ou não para fazer as coisas. O intercâmbio amadurece muito — afirma Fábio Mendes, especialista em formação de hábitos de estudo e ex-intercambista.

Resta uma perturbadora pergunta: e se a saudade pegar? A resposta, quem volta de um intercâmbio tem na ponta da língua: é um tempo em que você inevitavelmente sente saudade da sua vida, mas também um período do qual você vai sentir saudade pelo resto da vida.

ZERO HORA
Lauro Alves / Agencia RBS

As aventuras de Marina Rockett em sua estada no Canadá podem ser conferidas em seu canal no YouTube, o qual ela promete atualizar semanalmente
Foto:  Lauro Alves  /  Agencia RBS


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