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 | 16/12/2013 22h45min

Para 89% dos professores, pais são ausentes na vida escolar dos filhos

Pesquisa da OAB na Grande Florianópolis mostra que 82% dos alunos dizem ter sofrido bullying

Júlia Antunes Lorenço  |  julia.antunes@diario.com.br

Enquanto os pais mostram-se ausentes da escola para os professores, o bullying está presente na rotina escolar na visão dos estudantes. Uma pesquisa feita pela Comissão OAB Vai à Escola em colégios públicos da Grande Florianópolis revelou que para 89% dos docentes a família não é participativa e que 82% dos alunos dizem conviver com bullying.

Os dados foram coletados de forma anônima no primeiro semestre deste ano com 552 alunos em oito escolas e 47 professores, seis colégios estaduais e municipais de Florianópolis, Biguaçu, Palhoça e São José. Eles responderam questionários aplicados nas palestras da comissão nas escolas, abordando temas como violência e diversidade sexual.

A percepção dos docentes conversa com os apresentados pelo Ministério da Educação. Dos cerca de nove mil professores de Santa Catarina que responderam ao questionário da Prova Brasil em 2011, 95% afirmaram que problemas da aprendizagem dos alunos estão relacionados à falta de assistência e acompanhamento da família nos deveres de casa e pesquisas dos estudantes.

Já entre eles, além do consenso de que a maioria já vivenciou o bullying na escola, as repostas mostraram que os principais motivos que levam a essa situação são físicos - como ser gordo ou magro - sexuais - em relação à orientação -, seguidos por culturais, religiosos, familiares e intelectuais, econômicos e étnicos. Apesar da grande maioria dizer que convive com a situação, apenas 26% afirmaram que foram agressores nessas situações.

Material servirá de base para cartilhas

A presidente da comissão, Ana Paula Travisani, diz que a ideia é criar cartilhas para as escolas. As palestras continuam em 2014, caso haja demanda. Outro projeto é o Prêmio Escola Exemplo 2014, que vai reconhecer trabalhos que melhorem as condições de ensino na rede pública municipal e estadual.

Especialista em psicologia educacional e orientação pedagógica, Leia Viviane Fontoura acredita que ainda falta entendimento por parte das pessoas sobre o que é bullying. Ela esclarece que a situação envolve no mínimo três atores: o agressor, a vítima e a testemunha. Também é preciso que ocorram episódios sucessivamente.

Outro aspecto necessário para configurar bullying é que a ação seja entre pares: aluno com aluno, por exemplo. Caso haja uma diferença hierárquica, a situação já pode configurar um assédio.

DIÁRIO CATARINENSE

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