Bruno Moraes  |  bruno.moraes@zerohora.com.br

Iniciativa do Ministério da Educação (MEC), o Pacto Nacional pelo Ensino Médio será lançado, nesta segunda-feira, em Porto Alegre, com o objetivo de oferecer formação continuada a professores e coordenadores pedagógicos de todo o país.

Apenas no Rio Grande do Sul, cerca de 25 mil educadores devem receber bolsas de estudo e pesquisa para participar de cursos ministrados em parceria com universidades públicas. O sucesso do pacto no Estado vai depender, porém, de como os educadores vão receber a ideia.

Osecretário estadual de Educação, Jose Clovis de Azevedo, prevê um reflexo positivo para os alunos, que se traduziria em melhores índices na educação. O Rio Grande do Sul ficou em oitavo lugar no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2012 e é um dos Estados com maior taxa de reprovação.

— Os cursos vão trabalhar questões concretas do dia a dia, como avaliação, desenvolvimento humano, didática. Um professor bem preparado desperta o desejo de aprender, motivando o aluno. Tivemos muita resistência dos professores com a implantação do ensino politécnico, mas, hoje, temos um clima melhor do que no ano passado. O pacto fortalece esse processo e o torna irreversível — projeta Azevedo.

Por outro lado, a presidente do Cpers Sindicato, Rejane de Oliveira, critica a forma como as decisões do MEC e da Secretaria Estadual de Educação chegam aos professores.

— Tudo é por decreto, mas, na educação, não existe mudança sem construção. Precisamos debater a escola pública que queremos. O ensino politécnico serve para formar mão de obra barata. A educação não pode aumentar o abismo entre as classes sociais. A escola pública deve ter um papel de inclusão e de promoção do pensamento crítico.

Diálogo entre todas as partes é fundamental

De acordo com a professora Roselane Costella, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) — uma das instituições que participará do pacto —, o foco da iniciativa é estabelecer uma discussão a respeito do currículo escolar, buscando a formação integral do aluno:

— Não tem nada a ver com ensino politécnico, que é um modelo implementado no Estado. O pacto prevê uma formação mais abrangente, buscando um currículo inovador. As mudanças serão positivas, desde que fique assegurado um bom diálogo entre as universidades, o ministério, as secretarias de Educação e as escolas.

A situação no estado: confira alguns dados relativos ao Ensino Médio no Rio Grande do Sul

Enem 2012

O RS ficou em oitavo lugar no ranking, com média de 2.067,70 pontos, atrás de Estados do Sul e do Sudeste, além da Bahia. A pontuação média de São Paulo, primeiro colocado, foi de 2.179,13 pontos.

Evasão

O índice de evasão no RS foi de 11,7% em 2012, um pequeno aumento em comparação a 2011, quando 11,4% abandonaram o Ensino Médio.

Reprovação

Em 2012, o RS melhorou o índice de reprovação em relação a 2011, saindo da última colocação para o 21º lugar entre os Estados brasileiros, com 17,9% dos alunos tendo de repetir o ano.

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