Ensino Superior | 03/12/2013 18h20min
Como era de se imaginar, após inúmeras críticas ao programa Mais Médicos, o anúncio de que 42 municípios foram pré-selecionados para receber novos cursos de Medicina, não foi bem recebido pelas entidades médicas. Para o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), a medida vai refletir negativamente daqui a alguns anos.
— Vamos ver o estrago que o governo está fazendo daqui uns oito anos, com a decadência do atendimento à população — apontou o presidente do Simers, Paulo de Argollo Mendes.
Segundo Mendes, não há falta de médicos, nem de cursos de graduação no país, justificando que o Brasil tem mais faculdades de Medicina que os Estados Unidos, que tem 115 milhões a mais de habitantes, e que a China, com população seis vezes maior que a nossa. Dados da entidade apontam que o Brasil só perde para a Índia, que possui cursos de curta duração com enfoque religioso.
Atualmente, de acordo o Simers, há 12 faculdades em funcionamento no Rio Grande do Sul, distribuídas em oito municípios. Ainda há outros dois cursos, da Unisinos, em São Leopoldo, e da Univates, em Lajeado, que estão em fase de implementação.
— Ter uma faculdade é prestígio para o prefeito. Toda na população acha legal ter Medicina na sua cidade. Mas nós, das entidades médicas, estamos fazendo nosso papel e alertando para o perigo de sair aprovando cursos sem infraestrutura — acrescentou Mendes.
A opinião é compartilhada pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Fernando Weber Matos. Para ele, o governo deve ser rigoroso ao aprovar novos cursos.
— O básico é ter um hospital universitário, de preferência já em funcionamento. Mas também é preciso verificar se há corpo docente qualificado, programas de saúde, equipamentos e métodos qualificados — observou Matos.
Os quatro municípios gaúchos pré-selecionados foram Erechim, Ijuí, Novo Hamburgo e São Leopoldo. Segundo o Ministério de Educação (MEC), todos deverão receber visitas de uma comissão de especialistas para verificação da estrutura e programas de saúde existentes antes da aprovação final.
Ainda conforme o MEC, para ser considerado habilitado, o município teve de firmar termo de adesão, com o compromisso de oferecer a estrutura de serviços, ações e programas de saúde necessários para a autorização de funcionamento do curso, a ser ofertado por instituição particular autorizada pelo Ministério da Educação.
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