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Professor  | 19/11/2013 06h07min

Professora de Sananduva envolveu a comunidade escolar e criou uma biblioteca

Projeto de Rita Tessaro, do Colégio Estadual Sananduva, integra a categoria Escola Pública

Como driblar a dificuldade financeira, munir a escola de livros novos e ainda ajudar o ambiente? A professora Rita Tessaro, coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Sananduva, no norte do Estado, encontrou uma solução: cativar alunos e famílias em um projeto de reciclagem.

Há 10 anos, a finalista do Prêmio RBS de Educação na categoria Escola Pública propôs que os estudantes e os pais levassem para a escola as garrafas pet que seriam jogadas no lixo pela família. Ao final do ano, o colégio conseguiu arrecadar mais de 2 mil garrafas, que foram vendidas para uma empresa de reciclagem. O dinheiro foi usado para comprar livros novos e montar uma biblioteca infantil, chamada de Casinha do Saber, onde até os pais são convidados a contar histórias.

Além do espaço lúdico, Rita idealizou uma biblioteca móvel. Usou carrinhos de mão feitos de madeira para abrigar os livros e os chamou de "carretos da leitura". Os carrinhos têm a vantagem de serem transportados com facilidade para qualquer lugar.

Há quatro anos, a educadora também arquitetou outra forma de abrigar os livros: uma sacola feita com retalhos das próprias garrafas plásticas. As sacolas ficam nas salas de aula, e os estudantes podem retirar os livros a qualquer momento:

— Os alunos pegam livros da sacola quando acabam uma atividade — conta Rita.

Entre 2010 e 2011, as sacolas de pet eram levadas para casa pelos estudantes. No ano passado, foram substituídas por outro modelo sustentável bolado por Rita. As novas sacolas são mais leves e confeccionadas com retalhos de um plástico usado na fabricação de colchões hospitalares, que a escola consegue de forma gratuita.

Cada turma do Ensino Fundamental tem uma sacola com obras de acordo com a idade dos alunos. Além dos livros, Rita colocou nas sacolas um caderno, no qual as mães devem escrever - ou ajudar os filhos a escrever - receitas que gostam de fazer.

— Meu filho se diverte com os livros e eu, com as receitas. Isso acaba unindo mais as famílias — relata Ivete Siteneski do Amaral, 45 anos, mãe de Nícollas, nove anos.

As ideias de Rita têm uma inspiração:

— Sem leitura, a gente não desperta do sono a sabedoria — resume a educadora.

LER E COMPREENDER PARA TRANSFORMAR

"A leitura sempre fez parte da minha vida. Nela encontro caminhos para o conhecimento. Como educadora, encontrei o jeito de ensinar por meio da leitura de mundo, despertando nas crianças a observação e compreendendo que a leitura começa no meio onde vivemos.

Compreendo, como coordenadora pedagógica, que é dever da escola, com professores e direção, proporcionar aos educandos espaços e momentos que possam despertar o gosto pela leitura, o cuidado pelo ambiente e o prazer de aprender. Nesse sentido, o projeto teve início com os carretos da leitura e a Casinha do Saber, sala que era um depósito e que foi transformada em um lugar para contar histórias e ler.

Entendo que a família tem que participar, foi aí que criei as sacolas feitas com pet, com livros, revistas e jornais, para serem levadas para casa. É importante estar perto, incentivar e compartilhar com as crianças a magia que existe nos livros. Incluí nesse projeto, também, o espaço público municipal, oferecendo a cada turma a possibilidade de ficar na biblioteca da Casa da Cultura por 40 minutos.

É preciso ler e compreender para poder opinar, elaborar textos, criticar e modificar situações. O hábito de ler deve ser adquirido na infância para que a criança aprenda desde pequena que ler é um ato importante e prazeroso. A comunidade escolar engajou-se na meta.

O sonho de cada um de nós é ajudar a criar cidadãos apaixonados pela leitura e com vontade própria de ler e escrever."

MODO DE FAZER
Projeto: Ler é Bom Demais

— Mobilize alunos e pais em um projeto de reciclagem, em que eles devem levar as garrafas pet para a escola.
— Venda as garrafas pet para uma empresa de reciclagem e, com o dinheiro, compre novos livros para a escola.
— Coloque os livros em carrinhos de mão de madeira. Assim eles podem ser transportados facilmente, e os alunos se divertem com a possibilidade de ter uma biblioteca móvel. Deixe alguns livros na sala de aula também.
— Para que os alunos possam levar os livros para casa, coloque cerca de 10 obras em uma sacola de material leve e, de preferência, reciclável. Cada turma deve ter a sua sacola com livros de acordo com a idade dos estudantes.
— Crie um sistema de rodízio para que todos os alunos possam levar a sacola para casa ao longo do ano.
— Os alunos podem escolher livremente um livro para ler, de acordo com seu gosto pessoal. Para as crianças menores, o ideal é que os pais se envolvam na contação das histórias.
— Desenvolva uma tarefa para a turma envolvendo a sacola, de acordo com a idade dos alunos, como ter de fazer um relato oral ou escrito da obra que leu.
— Para envolver as famílias, coloque na sacola também um caderno e proponha que as mães escrevam receitas nele. O objetivo é que elas leiam receitas escritas por outras mães e façam em casa para os filhos provarem.

Participe do júri popular

Escola Particular
12/11 — Nicole Bruna Sauthier Niche
13/11 — Suzana Borges da Fonseca Bins
14/11 — Taise Soares de Oliveira

Escola Pública
15/11 — Maria Alice Gouvêa Campesato
18/11 — Neusa Regina Klein Palma
19/11 — Rita Tessaro

Projeto Comunitário
20/11 — Clarisa Wolff Garcez
21/11 — Cristiane Fuzer
22/11 — Solange Carvalho de Souza

ZERO HORA
Diogo Zanatta / Especial

No Colégio Estadual Sananduva, Rita Tessaro desenvolveu projetos de incentivo à leitura
Foto:  Diogo Zanatta  /  Especial


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