Professor | 19/11/2013 05h52min
Quando mostrou o Diário do Livro para os alunos do 4º ano da escola de educação básica Feliciano Pires, em Brusque, a pedagoga Kamille Khristiny Meneses de Oliveira pensava em plantar neles a sementinha do gosto pela leitura.
No início viu os pequenos em busca de exemplares com mais figuras do que texto. Mas com o passar dos meses a transformação apareceu: em vez de poucas folhas, as crianças passaram a pedir livros com histórias maiores. Foi então que Kamille teve certeza de estar no caminho certo.
::PARTICIPE DO JÚRI POPULAR::
www.premiorbsdeeducacao.com.br
A ideia do Diário surgiu a partir da constatação de que os estudantes das séries iniciais tinham dificuldades na leitura, na interpretação e na escrita. Pelos alunos terem entre nove e 10 anos, a professora pensou que um diário, no qual pudessem relatar segredos, seria atrativo.
— Para chamar a atenção deles, nada melhor do que fazer algo com o qual estão acostumados. Ler um diário e ver o que os amiguinhos escreveram é bem comum nessa idade. Foi aí que tive a ideia — relata a professora.
O projeto consiste em um caderno onde o aluno relata sobre a história do livro que leu, conta como foi ter o diário com ele, dá conselhos aos colegas e aponta erros existentes em as anotações anteriores. Antes do caderno voltar para a escola, o pai ou a mãe precisa ler o que o filho registrou. Eles próprios podem escrever alguma coisa de incentivo. Os apontamentos do diário são lidos pela professora e debatidos entre a turma uma vez por semana.
— Este é o grande lance: esquecer que leitura serve para ler livro da escola. Ela não tem como objetivo só o preenchimento da prova do livro. Não é esta a intenção — diz.
Complementando o projeto com uma biblioteca de gibis, a Gibilândia, e passeios a espaços culturais, como teatros e bibliotecas, Kamille percebeu inclusive a mudança no vocabulário e na escrita das crianças ao longo do ano.
— Penso numa formação além do aluno, daquele ser humano que vai sair de dentro da escola e ser prefeito, médico, advogado. Que seja um indivíduo formado com muita qualidade. Não quero o mais ou menos, quero o ótimo.
::Sinto entusiasmo com a Educação::
"Sinto grande prazer e orgulho com o reconhecimento com a indicação ao Prêmio RBS de Educação, pois significa que minhas práticas estão conectadas com o que outras pessoas, no caso as que compuseram a banca examinadora e que são também especialistas na área, sentem as necessidades e entusiasmos que sinto em relação à educação, sua importância na sociedade, para cada um dos sujeitos que formam essa sociedade.
É uma iniciativa que abre mais possibilidades para que mais ações sejam conhecidas e compartilhadas, porque acredito que é essa a razão de conhecer e premiar projetos, é para que sejam compartilhados, reinventados, multiplicados. Além, claro, que um reconhecimento nessa proporção injeta uma vontade ainda maior de querer fazer diferença, de investirmos o que temos de melhor para aquilo que acreditamos ser a causa maior."
::Modo de fazer::
- Transforme um caderno em um diário
- Sorteie um aluno para ser o leitor da rodada. Além de ter que escrever sobre a história, ele também deverá ler os apontamentos dos colegas. O estudante pode ainda fazer comentários a respeito de erros encontrados.
- Peça para que o pai ou a mãe da criança leia o que o filho escreveu. Caso desejar, o responsável também pode comentar, porém ele não deve influenciar ou escrever pela criança.
- Faça a leitura do comentário, de preferência na biblioteca da escola, para os alunos. O objetivo é refletir sobre o tema do livro e discutir quais erros o estudante reconheceu nos apontamentos dos demais colegas.
JORNAL DE SANTA CATARINA
A professora Kamille criou um diário de leitura entre seus alunos da escola Feliciano Pires de Brusque
Foto:
Patrick Rodrigues
/
Agencia RBS
Grupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.