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Professor  | 14/11/2013 05h52min

Projeto mobiliza professores, pais e alunos para incentivar a leitura em escola de Chapecó

O projeto é um dos nove finalistas do Prêmio RBS de Educação em Santa Catarina

Atualizada às 05h52min Júlia Antunes Lorenço  |  julia.antunes@diario.com.br

A caixa cheia de livros que a mãe costumava levar do colégio para casa mais parecia um baú de tesouros para Luciana Balbinott Paludo, quando criança. Foi com esse incentivo de casa que ela, hoje diretora do Colégio Logosófico González Pecotche, em Chapecó, virou uma leitora assídua. Seu desejo é ver os alunos com o mesmo entusiasmo pelas histórias.

A realidade era bem diferente. A biblioteca não era movimentada, os livros não despertavam interesse dos estudantes nem o brilho no olhar que ela recorda da infância.

— Os livros para mim eram uma festa. Meus pais nunca tiveram muitas condições financeiras e ler era uma forma de eu viajar e conhecer outras coisas — relembra a diretora.

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Para mudar a realidade no colégio, Luciana propôs um projeto envolvendo professores, pais e estudantes. Os educadores deram a partida. Começaram a trocar ideias sobre livros que estavam lendo. Um indicava para o outro, conversavam sobre as histórias e liam trechos em conjunto.


Depois que a troca virou rotina, foi hora de acionar a família. Não adiantava apenas os pais assegurarem que as crianças teriam livros em casa. Era preciso se envolver no processo. E eles receberam algumas tarefas como ler com o filho no colo ou ao ar livre.

Superadas essas etapas, era hora do envolvimento dos 200 estudantes do colégio — que têm entre 1,5 e 11 anos —, do ensino infantil ao fundamental. Para algumas turmas foi criada a carteirinha de leitura. Em outras, havia um tapete. Uma roda era formada em volta dele e, sobre o pano, as professoras colocavam elementos que estariam na história contada.

As crianças também aprenderam a pesquisar o autor e o ilustrador do livro. Com isso, sabiam de onde era o escritor e quais as características de suas obras. Na entrada do colégio, um mural com indicações de leitura foi colocado. E ainda havia professores que liam uma história mas não terminavam, para que os alunos ficassem curiosos e fossem incentivados a ir atrás do desfecho.

Diante de tantas estratégias, o resultado não poderia ser outro. Alunos que viraram leitores, livros que fazem parte do cotidiano da escola e pais envolvidos com a causa.

Um levantamento feito entre estudantes do ensino fundamental mostrou que em média cada um leu 15 livros no primeiro semestre.

— Alguns leram mais, outro menos. Claro que ainda há aqueles que não leem como a gente espera, mas o projeto continua — ressalta a diretora.

::Vitória de todo mundo::

"Quando vi que fomos finalistas eu senti uma honra pelo fato de que a gente faz muita coisa bonita, várias escolas fazem projetos muitos bons. Não tinha a ideia de estar na final. Mas fiquei muito feliz em ter inscrito e em pensar em fazer. A gente podia ter pensando e não ter feito. Mas trabalhamos muito com a ideia de ter iniciativa e colocar em prática.

Foi uma alegria para mim e para a equipe, pelo fato também de acompanhar a Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho e saber que é um concurso sério.

O que a gente faz aqui é por amor mesmo. Foi uma baita vitória em conjunto. É uma valorização dos professores e uma oportunidade para todos se sentirem reconhecidos. Não tivemos como enviar todos os professores para a cerimônia da premiação, então irá a coordenadora pedagógica e sorteamos duas professoras"

::Modo de fazer::

- Ponto básico: tem de começar pelo professor. Ele precisa gostar de ler, depois é preciso repassar para os pais, que precisam fazer parte dos momentos da leitura, e envolver toda a escola.

- Não desista diante das dificuldades. O começo não é difícil. Difícil é persistir até conseguir o resultado.

- Busque novas formas de estímulo e fique sempre muito atento no envolvimento dos alunos, porque uma criança é diferente de outra.

- Existem várias táticas: criar uma carteirinha de leitura, um mural na entrada da escola com indicação de livros, ter livros diferentes na biblioteca, ficar atento se o aluno está lendo, procurar saber por que ele não está lendo.

- Desperte a curiosidade dos alunos. Comece a ler uma história em sala de aula e não termine. Isso faz com que as crianças queiram ir atrás da história.

- Em cada turma, para cada faixa etária, é preciso criar uma estratégia diferenciada.

DIÁRIO CATARINENSE
Sirli Freitas / Agencia RBS

A diretora Luciana Balbinott Paludo do Colégio Logosófico González Pecotche em Chapecó concorre ao Prêmio RBS de Educação na categoria Escola Particular
Foto:  Sirli Freitas  /  Agencia RBS


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