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Professor  | 12/11/2013 05h52min

Leitura ajuda a fazer escolhas no projeto finalista do Prêmio RBS de Educação em Santa Catarina

O trabalho promove leituras e discussões extraclasse e concorre na categoria Escola Particular

Atualizada às 05h52min CAMILA GUERRA  |  camila.guerra@an.com.br

É por meio da leitura e análise de textos de autores renomados, como Nelson Rodrigues e Edgar Allan Poe, que o professor de história Cristiano Viana Abrantes forma leitores mais críticos no Colégio Machado de Assis, na região central de Joinville, Norte do Estado. As atividades fazem parte do projeto Confraria Literária, um dos finalistas do Prêmio RBS de Educação.

Em uma sala de aula comum, Cristiano se reúne com os alunos uma vez por semana. Com as carteiras posicionadas em círculo e, em meio a um cheirinho delicioso de café, eles debatem impressões sobre as poesias, crônicas e contos que leram e também se aventuram a escrever e expor as próprias obras.


O professor conta que o projeto surgiu de uma provocação dos alunos do 9o ano do ensino fundamental, que estavam se formando e queriam dar continuidade ao trabalho Meu caderno, minha obra de arte da professora de redação Kely Rocha Soares, que consiste basicamente no incentivo a redação por meio de um caderno personalizado, em que cada aluno decora de acordo com o seu gosto.

::Projeto aproxima amigos dos livros::

Durante a formatura os alunos disseram que iriam sentir saudades do projeto e questionaram os professores se não poderiam ter algo parecido no ensino médio. Cristiano, Kely e o professor de literatura Juliano Munhóz passaram a discutir a possibilidade de criar algo parecido, assim surgiu a confraria.

— No meio do caminho o projeto ganhou uma roupagem mais anárquica. Não me faço presente como professor, mas como igual. Somos amigos que têm algo em comum, o gosto por ler e escrever — disse o professor.

Segundo Cristiano, desde o início do projeto em 2011, cerca de 50 alunos passaram pela Confraria Literária e se tornaram leitores periódicos.

—Você percebe que existe uma mudança no padrão de escolhas dos alunos, em várias áreas, como na musical, o que é muito gratificante — afirma o professor.

Para ele, em geral a educação é muito focada em apresentar conteúdo aos alunos e o exercício de criticar, que também é importante, é deixado de lado. Além disso, Cristiano acredita que o aproveitamento dos alunos se torna maior porque eles participam dos encontros por vontade própria, sem obrigação de cumprimento de horários e de nota.

O professor revela que a ideia é encontrar um lugar neutro para fazer os encontros no próximo ano e, desta forma, expandir o projeto para outras escolas particulares. Ele também cogita estabelecer parcerias com escolas públicas e realizar encontros mensais.

A aluna do 2o ano do ensino médio, Clara Milena Baggenstoss, 16 anos, conta que a Confraria a ajudou a perder a timidez, pela leitura de obras nos encontros, e a organizar os pensamentos.

— Notei diferença em relação aos textos que eu fazia antes de participar do projeto. A qualidade melhorou muito.

O estudante do primeiro ano do ensino médio Valdecir Félix Cardoso de Almeida, 15 anos, já tem 10 páginas de um livro escritas.

— Descobri que escrever é uma forma de expressar as nossas emoções, o que me deixa menos ansioso — disse.

::Sensação de vitória::

"Tomar consciência de que seu projeto foi escolhido dentre quase mil concorrentes é anestesiante. A alegria percorre sua veia reanimando cada célula, o seu corpo transborda felicidade, todos à sua volta te entreolham curiosos e os mais próximos sabem que você bebeu do néctar da vitória.

Neste turbilhão de sentimentos, o mais proeminente é a superação, pois em educação, os contratempos, desestímulos, desinteresses, além do conflito de gerações, paralisam muitos educadores.

No entanto, quando existe disposição, uma instituição séria e um grupo de professores teimosos — eureka — desabrocham as mais lindas ações pedagógicas, que revigoram a vontade de ensinar.

A embriaguez da vitória nos leva à reflexão de quantas cicatrizes ficaram pelo caminho. Sob a égide do incentivo à leitura e da composição literária, uma nova revolução silenciosa está em curso."

::Modo de fazer::

- Convide alunos que gostam de ler e têm interesse em aprimorar o hábito para se tornar leitores mais críticos

- Interaja com os alunos de igual para igual e estabeleça um ambiente de descontração nos encontros, sem que haja obrigatoriedade de nota e cumprimento de horário

- Selecione textos de autores renomados para os alunos lerem e analisarem. Assim, eles podem identificar que características conferem qualidade às obras

- Incentive-os a escrever periodicamente, para que enxerguem na escrita uma forma de expressar seus sentimentos, impressões e de experimento da criatividade

- Ensine a eles técnicas para escrever um texto com narrativa clara, que dê fluidez à leitura

- Estimule os alunos a criticar os textos lidos pelos colegas nos encontros. Dessa forma, falhas e acertos são apontados e ocorre o aprimoramento da técnica

- Promova saraus literários, isso motiva os alunos a desenvolver boas obras

::PARTICIPE DO JÚRI POPULAR::
www.premiorbsdeeducacao.com.br

A NOTÍCIA
Diorgenes Pandini / Agencia RBS

Cristiano Viana Abrantes de Joinville é um dos finalistas do Prêmio RBS de Educação na categoria Escola Particular
Foto:  Diorgenes Pandini  /  Agencia RBS


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