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Educação Infantil  | 07/11/2013 11h53min

Porto Alegre se compromete a zerar o déficit de 8.677 vagas na pré-escola até 2016

Teriam de ser criadas 11 vagas por dia até dezembro de 2015, voltadas a crianças de quatro e cinco anos

Denise Waskow  |  denise.waskow@diariogaucho.com.br

A prefeitura da Capital tem um desafio grandioso a cumprir: a partir de hoje, criar 11 vagas por dia na pré-escola até dezembro de 2015, voltadas a crianças de quatro e cinco anos. O cálculo foi feito pelo Diário Gaúcho com base no tempo que falta para a administração zerar o déficit de vagas nessa faixa etária - número apontado por um levantamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

No total, hoje faltam 8.677 vagas para cumprir a lei, que assegura a todas as crianças de quatro anos, a partir de 2016, o ingresso na rede de ensino. Ou seja: 27,58% da gurizada de quatro e cinco anos da Capital e que atualmente está fora da pré-escola.

Promessa é de cumprir a lei

Entre os 496 municípios gaúchos, Porto Alegre ocupa a 184ª colocação no ranking elaborado pelo TCE. Além da situação da pré-escola, o levantamento inclui também a falta de vagas em creches (de zero a três anos). Nessa faixa etária, o déficit da cidade, atualmente, é de 9.494 vagas para atender a pelo menos 50% desse público.

Mas como atender a demanda? Conforme a coordenadora de Educação Infantil da Secretaria da Educação da Capital, Maria Inês Spolidoro, o município já tem um planejamento para atingir esse objetivo. Porto Alegre conta hoje com 51 escolas de ensino fundamental. Elas passarão a ter turmas de pré-escola - bem como os outros colégios que forem construídos.

- Até 2016, todas as escolas de ensino fundamental abrirão turmas de jardim - assegura.

Já na faixa etária das creches, estão previstas, pelo menos, 33 novas instituições até o final desta gestão (dezembro de 2015), com cerca de 160 vagas cada uma. Pelo menos 11 delas devem ser inauguradas até o final de 2014 - duas no início do ano letivo.

- Serão nas regiões mais necessitadas, como Zona Norte e Extremo-Sul. E com turno integral - garante Maria Inês.

Assim como na Capital, o quadro no Estado também é grave. Segundo projeções do TCE, de acordo com o ritmo atual, o défict na pré-escola só seria zerado em 2024. E as creches, em 2020.

Só na fila de espera

Enquanto essas vagas não são oferecidas, é a fila de espera que aumenta. Mãe de Emily, quatro anos, e Tuane, um ano, Joana D'Arc Padilha, 23 anos, conta que a pequena está na lista à espera de uma vaga em uma creche, e ainda não teve resposta.

Precisou deixar de trabalhar

No ano passado, a família pediu inclusive auxílio ao Conselho Tutelar para matricular a filha mais velha na pré-escola, mas o retorno também não foi positivo.

Diante disso, a mãe precisou deixar de trabalhar (ela era comerciária) para cuidar das meninas.

- A mais velha quer brincar com outras crianças, interagir, mas aí ela fica com a menor. Sem falar que é complicado fazer as coisas com elas em casa o tempo todo - relata a moradora do Bairro Mario Quintana.

Alvorada está em penúltimo

Entre os 496 municípios gaúchos, a cidade de Alvorada ocupa o penúltimo lugar na oferta de vagas da Educação Infantil. Das 17.936 crianças com idade para frequentar creches e pré-escolas na cidade, apenas 1.727 estavam matriculadas em 2012 (9,63%).

Esse grupo não contempla, por exemplo, os irmãos Isabelly, cinco anos, Jéssica, três anos, e João Gabriel, cinco meses. A mais velha até chegou a conseguir uma vaga conveniada em uma creche do município, mas não se adaptou. E a única pré-escola era longe de casa.

Dificuldade de interação

A mãe, a dona de casa Gisele Belmonte da Rosa, 28 anos, teve de deixar de trabalhar para cuidar da turminha. E ela sente que seria importante, especialmente para as filhas maiores, conviver com outras crianças e ter uma rotina de aprendizado.

- A mais velha, quando sai, tem dificuldade de interagir com outras crianças. Em casa, a gente não consegue ensinar muita coisa - relata.

11 novas creches

O prefeito, Professor Serginho, afirma que 11 creches devem ser construídas até o final de 2014. Duas já foram licitadas e tiveram as obras iniciadas - o prazo médio de execução é de 180 dias.

Outras nove aguardam a ordem de início. E, aí, devem ser erguidas em 120 dias. No total, serão de 1,5 mil a 2 mil novas vagas no município.

Ranking na Região

Posição / Cidade / Percentual total de atendimento*

- 102ª - Esteio: 56,02%
- 184ª - Porto Alegre: 47,43%
- 328ª - Cachoeirinha: 33,40%
- 418ª - Guaíba: 26,69%
- 420ª - Sapucaia: 26,56%
- 453ª - Canoas: 22,44%
- 460ª - Eldorado: 21,66%
- 482ª - Gravataí: 17,41%
- 488ª - Viamão: 13,77%
- 495ª - Alvorada: 9,63%

* Esse número contempla as crianças de zero a cinco anos matriculadas na rede de ensino.

DIÁRIO GAÚCHO
Lívia Stumpf / Agencia RBS

Jefferson e Gisele não conseguem vagas para suas crianças
Foto:  Lívia Stumpf  /  Agencia RBS


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