Editorial | 31/10/2013 13h36min
Observado com lupa pelos críticos, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no último final de semana, proporcionou a 5 milhões de brasileiros a oportunidade de se qualificar para o Ensino Superior, para bolsas de estudo no Exterior e para a conclusão do ciclo intermediário entre a escola e a universidade.
Cumpriu as expectativas de forma eficiente, sem vazamentos, sem suspeitas de fraude e com a perspectiva de justiça para quem vê a educação como ferramenta efetiva de desenvolvimento. Mesmo que os principais problemas tenham sido superados, ainda há muito a fazer para que uma avaliação dessa importância para o país possa ser considerada exemplar.
Algumas falhas importantes, que chegarama colocar em risco a credibilidade do exame, só não se repetiram porque o poder público, já a partir da edição anterior, passou a investir em providências realmente eficazes. Não poderia ser diferente depois que, em 2009, um caderno de questões foi furtado da gráfica e, em 2011, houve vazamento de questões numa escola do Ceará.
A edição deste ano, com 7,17 milhões de inscritos – total equivalente à população de um país como Israel –, exigiu uma megaoperação em 1.661 municípios do país para evitar vazamentos. O trabalho incluiu a vigilância de 2 milhões de mensagens e imagens postadas em redes sociais.
Um dos problemas a serem enfrentados na realização do Enem ainda é a elevada abstenção. Só na edição atual, 2 milhões de inscritos deixaram de comparecer ao exame, gerando um prejuízo, no mínimo, próximo a R$ 60 milhões com a impressão das provas e com a contratação de pessoal. Por isso, é oportuno que o Ministério da Educação (MEC) se preocupe com a criação de um mecanismo para antecipar faltas.
Mas é importante que invista também em conscientização para o impacto que o não comparecimento às provas significa. Os brasileiros precisam se conscientizar de que o Enem evoluiu muito e consolidase não apenas como porta de entrada na universidade. Constitui-se também num mecanismo de estímulo ao intercâmbio acadêmico, ao financiamento estudantil e à valorização do ensino técnico.
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