| 28/10/2013 09h24min
Tiveram início na manhã desta segunda as matrículas na rede estadual de ensino em Blumenau. As inscrições são para o ano letivo de 2014. Assim como em outros anos, longas filas se formaram já na sexta-feira em frente às escolas. Os pais tentavam garantir uma vaga para os filhos. A Gerência de Educação, porém, não vê alternativas para evitar os acampamentos e as filas.
Mara Rúbia Meyer, 42 anos, chegou ao pátio do Cedup Hermann Hering às 8h de sexta-feira. Era a primeira na fila com 218 pessoas – número até as 19h de domingo à noite – que guardavam um lugar para conseguir uma vaga no 1º ano do Ensino Médio na escola técnica que funciona em cooperativa entre Estado e pais, com mensalidade de R$ 145 por aluno. No total, há 300 vagas. A analista financeira justifica o esforço em uma explicação que pode ser estendida a todos os pais:
— O ensino aqui é em alto nível, as empresas de Blumenau contratam alunos do Cedup. Para minha filha estudar de manhã, sabia que precisaria chegar cedo.
Por ter sido a primeira a chegar, Mara Rúbia acabou encarregada de cuidar da organização da fila. Como a espera antecipada pela matrícula se repete há anos, os próprios pais definiram uma organização. Cada um que chegava deixava o nome e recebia um papel com o número. Com a senha em mãos, era preciso responder à chamada de presença a cada duas horas.
Para o marceneiro Nery Rosa, 43 anos e senha 200, a situação de acampamento é absurda. Mesmo morando na Itoupavazinha, Rosa prefere que a filha Anna, 14, estude no Cedup – que fica no Bairro Escola Agrícola – pela qualidade do ensino e pelas condições de segurança.
— Como minha filha já está estudando, deveria ter um outro sistema de avaliação, de transferência. Só que se não vier dormir aqui, a gente não consegue vaga — conforma-se.
Na Escola Estadual Luiz Delfino, no Centro, a dona de casa Raquel Trupel, 43, aguardava desde às 5h de domingo. A moradora da Velha madrugou para ser a primeira a ser atendida segunda-feira e garantir vaga para o filho. O aposentado Sérgio Marques, 59, chegou ontem à tarde à porta da escola:
— Acho que vale a pena o sacrifício. É difícil encontrar a educação de qualidade.
Na Escola de Educação Básica Raulino Horn, em Indaial, também houve registro de filas por vagas.
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