Enem | 21/10/2013 11h
Em visita a Porto Alegre nesta segunda-feira, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Luiz Cláudio Costa, concedeu entrevista a Zero Hora, em que comentou a possibilidade de as universidades federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Santa Maria (UFSM) aderirem ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Segundo Costa, a adesão da UFRGS fortaleceria e qualificaria o sistema, ampliando as chances para alunos de escolas públicas conseguirem uma vaga.
O Sisu oferece vagas em instituições públicas de Ensino Superior, com base na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorre no próximo fim de semana.
Zero Hora — Neste ano, houve uma reunião entre a universidade e o Inep. Foi apresentada alguma proposta de adesão ao Sisu?
Luiz Cláudio Costa — Não há proposta, há diálogo. Estamos falando de uma das melhores universidades do país. Você olha qualquer indicador de qualidade de graduação, pós-graduação, pesquisa, extensão ou Enade e a UFRGS é uma das melhores. Evidentemente, que, como governo, como Mistério da Educação, gostaríamos muito de ter essa universidade disponibilizando suas vagas pelo Sisu. Mas temos profundo respeito pela instituição. A UFRGS é muito madura e faz um vestibular excelente, de fantástica qualidade pedagógica. Jamais eu teria a ousadia de vir para uma instituição que faz um vestibular tão bem feito e dizer "vamos mudar de modelo, vocês vão fazer o Enem porque o Enem é melhor". Não é nada disso. Para o Enem ser qualificado, é preciso ter as melhores instituições. Então, é um convite para a UFRGS pensar.
ZH — A UFRGS chegou a preparar um projeto para aderir parcialmente ao Sisu em 2014, mas a ideia foi vetada. Por outro lado, a universidade mantém uma comissão que vai preparar um novo projeto para possível adesão em 2015. Como o senhor vê essa possibilidade?
Costa — A insituição, pela sua qualidade e competência, tem de pensar, fazer uma análise. A UFMG fez uma análise de quatro anos para entrar 100% no Enem-Sisu. Analisou vagas, comparou o poder discriminatório do Enem e do seu vestibular, e tomou a decisão. A UFRGS está fazendo sua análise. É uma universidade que tem um vestibular de excelente qualidade, então não basta simplesmente fazer uma troca. Estamos aguardando. Sempre que fomos chamados ao diálogo, conversamos com profundo respeito. É interessante que, mais uma vez, a UFRGS mostrou muita responsabilidade com os jovens e a sociedade local, porque as inscrições do Enem já haviam se encerrado. Acredito que, nesse ano ou no outro, eles vão ter outras definições sobre o assunto.
ZH — Já houve algum contato entre o Inep e a UFSM, que também segue sem aderir ao Sisu?
Costa — Temos dialogado com todas as federais, inclusive com a de Santa Maria. A tendência é de que a UFSM também venha a participar. Estão discutindo nos seus conselhos.
ZH — As 59 universidades federais brasileiras já aderiram de alguma forma ao Enem, seja para pré-seleção, como nota extra ou como critério para distribuição de vagas remanescentes. É uma meta do Inep que todas essas instituições se juntem também ao Sisu?
Costa — Sim. Gostaria muito de ver isso, respeitando o diálogo com as instituições. Acho que é um projeto do Estado brasileiro, não de um governo. Vai nos ajudar muito a qualificar cada vez mais o ingresso nas instituições de Ensino Superior, não porque os vestibulares sejam ruins, não são, mas porque se ganha uma dimensão nacional. Além disso, fortalece o diálogo com as escolas públicas. Imagine só quando a UFRGS entrar, estará sinalizado para todas as escolas públicas do Rio Grande do Sul que há uma seleção a que os alunos terão mais acesso.
ZERO HORA
Para Luiz Cláudio Costa, presidente do Inep, adesão da UFRGS qualificaria o Enem
Foto:
Fernando Gomes
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