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Professor  | 15/10/2013 10h58min

No Dia do Professor, educadores de Joinville contam as alegrias e as tristezas da profissão

AN conversou com quatro educadores e um futuro mestre sobre a valorização, as dificuldades e por que escolheram a profissão

Caroline Stinghen  |  caroline.stinghen@an.com.br

Hoje é dia de quem ensina, de quem estuda, de quem dedica a maior parte do seu tempo para os livros, cadernos e provas. É dia daquele que, mesmo com os percalços e dificuldades extremas, ama o que faz. Hoje é Dia do Professor.

:: GALERIA: galeria de fotos com homenagem dos alunos ::

No dia mais especial do ano para eles, convidamos quatro professores e um futuro educador para falar dos prós e dos contras da profissão, e o porquê de escolher esta louca vida de professor. Mesmo sabendo a que a valorização profissional e salarial não é mais a mesma de 40, 50 anos atrás, eles arriscaram tudo para ensinar. E que fique claro: eles não querem mudar de profissão.

Eles são apaixonados pelo que fazem e devem servir de exemplo. Só querem um pouco mais de respeito. Porque amor eles têm de sobra.



Fazer a diferença no superior

FABIANO DANTAS
, 33, é professor há seis anos em disciplinas relacionadas à economia na UniSociesc. Ele nunca havia se imaginado em uma sala de aula como educador. Foi com o empurrãozinho de uma amiga que caiu de cabeça na área. E não se arrependeu. Já no primeiro dia de aula, não teve dúvidas: era isso que queria para sua vida.

Eu me achei. Tenho certeza que é isso que quero fazer, disse ele a sua mulher quando voltou do primeiro dia de trabalho. Hoje, ele tem tanta paixão pelo que faz que não consegue-se ver fazendo outra coisa, que não seja lecionar.

Por que escolhi ser professor?
“Paixão à primeira aula! Imagino ser essa a única explicação para alguém que não pensava em ser professor se tornar um apaixonado incondicional pela docência. Nunca me sentido tão bem em outro trabalho.”

LADO POSITIVO: A oportunidade de fazer a diferença na vida das pessoas. Receber o e-mail de um aluno dizendo que passou em alguma prova ou concurso difícil, dizendo que lembrou das minhas aulas, é gratificante.
LADO NEGATIVO: O desinteresse de alguns alunos e jovens pelas aulas e pela educação.



Trabalho reconhecido

MARLENE STEFFENS
, 45, atua há 12 anos na educação infantil. Este é o primeiro ano de trabalho no CEI Miosótis, no bairro Fátima. E a experiência que trouxe de outras unidades e o amor pelas crianças fizeram seu trabalho ser reconhecido logo nos primeiros meses.

Ela foi uma das 20 finalistas do prêmio nacional de educação Victor Civita. Com o Projeto Explorar para Aprender, Marlene levou as crianças de colo à caixa de areia, à horta e ao jardim – ambientes que só eram usados pelas crianças mais velhas.

Por que escolhi ser professora?
“Ser professor é o que me impulsiona. Escolhi esta profissão pelo carinho que eu sentia pela minha primeira professora, a dona Alice. Ela tinha amor pelas crianças. Tanto que me inspirou e me levou a ter esta escolha. Sempre, desde criança, disse que queria ser professora.

Hoje, eu não só prezo pelo conhecimento, mas pelo amor. Gosto do que Paulo Freire diz: ‘Não existe educação sem amor’. Se você passar isso ao aluno, ele também vai sentir amor por você, pelo amiguinho, pelos outros.”

LADO POSITIVO: “Ver o retorno das crianças, o amor delas. Fazer parte da educação.”
LADO NEGATIVO: “Desvalorização. Não só a financeira, mas principalmente a cultural. O professor era uma coisa sagrada, a base da educação. O respeito pelo educador está se perdendo hoje em dia.”



Dedicação incansável

FRANCINE RENGEL
, 28, é professora há seis anos de língua portuguesa. Já trabalhou na rede estadual e hoje atua na Escola Municipal Sylvio Sniecikovski durante a manhã e de tarde na rede particular. São 40 horas de aula-atividade.

Cansaço? Sim, ela também cansa. Mas não para de se dedicar. Ela foi uma das professoras escolhidas para ganhar um tablet da Prefeitura e ensinar as crianças a mexer no equipamento.

Por que escolhi ser professora?
“O professor: um orientador, um mediador, um mestre, um profissional que acredita. Acredita, incansavelmente, no poder de cada aluno seu. Acredita, unicamente, que tudo pode ser mudado. Acredita em si mesmo, pois o professor é um ser em metamorfose. Estar em sala não é ‘dar aulas’, simplesmente.

É transformar o mundo, transformar pessoas e conceitos. É a partir desta mudança que a sociedade evolui. E não importa a disciplina. Seja ela qual for, ele acredita no potencial de seu aluno. O professor é uma fábrica de sonhos.”

LADO POSITIVO: O professor estuda sempre. Está sempre se renovando para ensinar e aprender.
LADO NEGATIVO: Leva trabalho para casa de forma excessiva. Quase não tem tempo para desenvolver todas as atividades.



Paixão pelo que faz

JEANNE TORRES,
48, é uma das professoras da rede municipal com mais tempo de casa: 27 anos dedicados ao ensino. E desde então, ela atua na mesma escola, a Hans Dieter Schmidt, que hoje fica no Jardim Paraíso.

Na época em que prestou concurso público, a escola e aquela parte do bairro pertenciam à cidade de São Francisco do Sul. Ela morava no Centro de Joinville e precisava atravessar a cidade inteira de ônibus. E ainda andava cerca de dez quilômetros a pé para dar aula. E mesmo assim, nunca pensou em desistir. Tanto que, prestes a se aposentar em dois anos ela não pretende largar a sala de aula e nem a turma do primeiro ano do ensino fundamental.

“Por que escolhi ser professora?"
“Escolhi a profissão por vocação. Sempre sonhei em ser professora. Sempre adorei conviver com as crianças. Tudo o que eu faço, eu penso nelas. Em dois anos, eu poderia me aposentar. Mas não vou conseguir largar a sala de aula. Eu tenho paixão pelo que eu faço.”

LADO POSITIVO: O carinho diário das crianças e o carinho que eu sinto por elas. O professor também está sempre estudando, para dar o melhor em sala de aula. Ele não pode se acomodar.
LADO NEGATIVO: Desvalorização social. A falta de comprometimento de alguns pais também desmotiva.

Ele quer ser professor

THIAGO ROSA,
26, ainda não é professor. É estudante do curso de química da Udesc e tem um sonho: ele quer lecionar e ter experiência em todos os níveis de educação: fundamental, médio e, quem sabe, mais tarde, no superior. Para Thiago, a educação precisa de bons professores. E ele está se preparando para ser um deles e compartilhar conhecimento em sala de aula.

Por que escolhi ser professor?
“Desenvolvi o interesse na faculdade. Comecei a cursar ciências da computação e me inscrevi em um projeto para dar aulas de inclusão digital em bairros carentes. Gostei da interação com os alunos.

Mudei para o curso de química, com o qual já participei de cursos pré-vestibulares desenvolvidos pela universidade. Precisamos de mais professores especialistas. Quero fazer parte.”

LADO POSITIVO: Satisfação em ser professor. Ver que alguém está estudando algo que você passou é muito bom.
LADO NEGATIVO: A falta de estrutura e de respeito. Estamos passando por uma fase que a profissão não é mais valorizada.

A NOTÍCIA
Diorgenes Pandini / Agencia RBS

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Foto:  Diorgenes Pandini  /  Agencia RBS


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