Enem | 14/10/2013 17h35min
A prova de redação do Enem é assunto de muitos debates, principalmente depois de textos com erros de ortografia terem recebido nota máxima e de um candidato ter incluído no meio de seu texto uma receita de macarrão instantâneo sem nenhuma conexão com o tema. Isso fez com que o Ministério da Educação (MEC) alterasse algumas regras que norteiam as correções, como não permitir a inserção de deboches e a impossibilidade de receber nota máxima uma redação com problemas ortográficos. Respeitando as novas regras, vale lembrar que, para se sair bem, é preciso respeitar as cinco competências cobradas na prova.
— A prova de redação do Enem avalia se o candidato tem domínio da norma culta da língua escrita, se ele sabe aplicar os conceitos das várias áreas do conhecimento no desenvolvimento do tema, se ele consegue selecionar, relacionar e interpretar informações, fatos e opiniões para argumentar de forma consistente, se ele demonstra conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação e, por último, se ele sabe elaborar uma proposta de intervenção para o tema proposto demonstrando respeito aos direitos humanos — explica Carmen Gobbato Ruaro Garcia, professora de Literatura e Produção Textual do Colégio Farroupilha.
Uma boa redação reflete um candidato que também é um bom leitor, salienta Carmen:
— Quem lê e estuda construindo conhecimento vai bem na redação.
A professora de Língua Portuguesa e Redação do Colégio João Paulo I e do curso pré-vestibular Universitário, Maria Tereza Faria, alerta para uma característica pontual da redação do Enem: a situação proposta sempre apresenta um problema de cunho social. O aluno tem de identificar o problema antes de montar sua argumentação.
— O Enem quer um cidadão com visão totalizante, que compreenda o entorno e consiga intervir nele — diz Maria Tereza.
Para se preparar, o candidato deve estar sintonizado com o que acontece no Brasil e no mundo. Ler livros e jornais e acompanhar noticiários no rádio, na TV e na internet são maneiras fáceis de estar por dentro dos fatos, indica Arlete Salvador, autora do livro Como escrever para o Enem: roteiro para uma redação nota 1.000 (Editora Contexto).
O QUE PODE ZERAR A PROVA
— Fugir totalmente do tema
— Não obedecer à estrutura dissertativo-argumentativa
— Produzir um texto de até sete linhas
— Escrever impropérios, fazer desenhos e outras formas propositais de anulação ou parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto
— Desrespeitar os Direitos Humanos
— Entregar a folha de redação em branco, mesmo que haja texto escrito na folha de rascunho
PARA ESCAPAR DO ZERO
— Esquematizar seus argumentos ajuda a deixar claro que pontos serão abordados em cada parágrafo
— Um texto dissertativo faz uso de argumentos e relações de causa e efeito para defender um ponto de vista. Não há espaço para ficção, por exemplo
— Seu ponto de vista deve respeitar princípios de dignidade, respeito, igualdade, justiça, paz e liberdade
O QUE PODE CAIR NA REDAÇÃO
— Mobilidade urbana, que vai além de trânsito
— Valor da vida humana. Você deve lembrar das catástrofes que pontuaram os anos de 2012 e de 2013 provocadas pelo descaso em relação à vida
— Fanatismo. Reflita acerca das consequências do radicalismo, seja em que área for
— Mobilidade social, ou seja, ascensão das classes C e D e acesso a bens de consumo
— Rio+20: a sustentabilidade possível
— Democratização do Ensino Superior: 50% das vagas nas universidades federais destinam-se às cotas
— Crise de energia: o fantasma dos "apagões" volta a assustar
— Saúde pública: desafios e tensões
— Manifestações populares: influência nas decisões governamentais
— Turismo no Brasil
— Populações indígenas
— A cidade concebida como espaço democrático
— A construção de um mundo justo passa necessariamente pela educação
— Como os jovens podem influenciar os outros
— País cidadão
— Manifestações sociais, suas causas e consequências. Pense sobre a depredação do patrimônio público e privado
Fontes: Carmen Gobbato Ruaro Garcia, professora de literatura e produção textual do Colégio Farroupilha, e Maria Tereza Faria, professora de redação do Colégio João Paulo I e do curso pré-vestibular Universitário
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