A Educação Precisa de Respostas | 11/10/2013 15h11min
“Prolongar estados de ansiedade exagerada em crianças pode facilitar, posteriormente, o desenvolvimento de doenças como depressão, síndrome do pânico e transtorno bipolar” diz a Dra. Haydée França Gomes Vieira, médica que participou do 36º Congresso Brasileiro de Pediatria. O excesso de obrigações e os ambientes competitivos criados pela sociedade geram na criança um alto nível de ansiedade. Esse fenômeno pode causar medo, dores pelo corpo, preocupação com acontecimentos futuros, sudorese e fome fora do normal.
“Hoje os pais forçam as crianças a executarem o maior número de tarefas em um curto período de tempo. Esse tipo de comportamento pode estimular um comportamento ansioso, em que a criança está sempre em estado de alerta para a próxima atividade. Esse ciclo é alimentado pelos pais que reforçam o estresse da situação”, explica a pediatra.
Segundo a médica, é preciso que a criança tenha um tempo para descansar e se envolver com atividades de forma natural, sem forçar seu comprometimento com tarefas que alimentem um quadro crônico de ansiedade. A pressão social para que ela tenha seu comportamento padronizado e massificado passa a ser um sério agravante na manifestação do estado ansioso, o que pode ocasionar um baixo rendimento escolar, pelo atropelamento de ideias, falta de discernimento quanto a eventos futuros e desigualdade de relacionamento interpessoal.
“Censurar exageradamente a criança sem deixá-la se expressar livremente ou fazê-la seguir convenções de maneira muito rígida podem torná-la um bomba-relógio de ansiedade. É sempre importante motivá-la e esclarecer os porquês quando estiver ao alcance”, diz a médica.
O tratamento desse tipo de estado pode ser realizado através de terapias de relaxamento e medicação homeopática, o que para a criança pode ser uma boa alternativa. “O medicamento homeopático costuma apresentar ótimo resultado em muitos pacientes e sua fórmula raramente apresenta efeitos colaterais”, lembra Dra. Haydée. Mas a médica esclarece que, a depender do caso, os medicamentos alopáticos podem também ser necessários. Somente é importante não prescrever medicamentos sem que haja antes um diagnóstico apurado, baseado numa análise global do caso clínico.
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