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Ensino Fundamental  | 11/10/2013 09h18min

Alunos de Itajaí trocam mensagens com estudantes dos Açores, em Portugal

Ideia de escrever as cartas surgiu quando uma turma da Escola Judith Duarte de Oliveira começou a estudar a origem dos sobrenomes

Julimar Pivatto  |  julimar.pivatto@osoldiario.com.br

O pequeno Kessley Almeida de Souza, nove anos, cuida de cada detalhe do desenho que representa um dos lugares que ele mais gosta em Itajaí. Quer caprichar para que, lá do outro lado do Oceano Atlântico, meninos da idade dele possam saber o quão belo é o mundo por aqui. Ao lado, Jéssica Santos também dá dicas e ajudou a escrever o texto que está na carta que será enviada nesta sexta-feira para o Arquipélago de Açores, território pertencente a Portugal e de onde veio a maioria dos colonizadores de Itajaí.

Kessley e Jéssica fazem parte da turma do 3º ano da Escola Professora Judith Duarte de Oliveira, no Bairro Itaipava, que trocará cartas com alunos da Escola da Vila de São Roque do Pico, nos Açores.

A ideia do intercâmbio nasceu dentro do projeto Resgatando Raízes, criado para que os estudantes possam conhecer mais as manifestações culturais e a história de Itajaí. Por isso, em duplas, as crianças escreveram cartinhas e mandarão até cartão-postal para divulgar a cidade ondem moram. Kessley escolheu desenhar o Palácio Marcos Konder, uma das construções históricas mais conhecidas da cidade.

— Eu gosto do museu — resumiu o tímido estudante.

As turmas do 3º ano da manhã e da tarde somam 53 alunos, que formaram duplas para enviar cartas aos 27 estudantes do Açores. Quando os portugueses receberem as mensagens daqui, as responderão. A expectativa é de que dentro de um mês as crianças de Itajaí tenham acesso às respostas. O que já os enchem de expectativa.

— Tenho curiosidade em saber como é o mundo lá. Deve ser bem diferente daqui — disse João Felipe Marquioli, nove anos.

A professora Patrícia Regina Wanderlinde Alves conta que a empolgação é grande. Todos se empenharam ao máximo para dar a melhor impressão possível.

E, pelo jeito, a recíproca é verdadeira.

— Venho conversando com a professora de lá (de Açores) por e-mail e ela contou que os alunos dela não veem a hora de receber as nossas cartinhas. Já estamos programando até uma videoconferência para que as crianças possam se conhecer. Ela até cogitou trazer alguns estudantes para cá — conta a professora.

Trabalhos serão expostos em uma festa na escola

O projeto Resgatando Raízes existe há três anos, mas a ideia da troca das cartas surgiu depois que os alunos começaram a estudar a origem dos próprios sobrenomes. Orientados pela professora, eles começaram a pesquisa na internet e em livros e constataram que a maioria tinha ligação com os açorianos, que colonizaram grande parte do litoral catarinense.

Foi então que o secretário da escola, Paulo Sérgio Cabral, iniciou uma pesquisa para encontrar uma escola na Ilha de Açores que aceitasse fazer o intercâmbio de cartas entre os alunos. E achou uma localizada em São Roque do Pico, uma pequena vila de pouco mais de 3 mil habitantes.

— Depois disso, descobrimos que boa parte dos estudantes de lá têm o mesmo sobrenome que os nossos. Isso os deixou ainda mais motivados — diz a professora Patrícia Regina Wanderlinde Alves.

Todo o material estudado sobre os Açores e a colonização de Itajaí será apresentado na já tradicional Festa da Cultura Açoriana, que neste ano acontecerá no início de novembro, na própria escola. Alunos, pais e a comunidade terão um dia dedicado ao tema, com apresentações folclóricas, danças, música e, claro, comida típica.

— Acreditamos que por meio do resgate cultural é possível fazer também um resgate da cidadania. Conhecer e vivenciar a cultura local ajuda a tornar o educando parte integrante da sociedade em que está inserido — diz Patrícia.

O SOL DIÁRIO
Marcos Porto / Agencia RBS

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Foto:  Marcos Porto  /  Agencia RBS


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