A Educação Precisa de Respostas | 10/10/2013 18h38min
Os atuais currículos escolares da primeira infância estão imbuídos com a tendência de incluir artes criativas – como as plásticas, música, teatro e dança – entre suas disciplinas, ganhando assim lugar de destaque dentro do tema educação. Por meio dos métodos desenvolvidos em tais disciplinas, crianças aprendem com as experiências do próprio corpo a agir livremente no espaço em que vivem e a interagir com as pessoas que as cercam.
A dança, atividade que prioriza uma educação motora consciente e global, não consiste somente em uma ação pedagógica. É também psicológica, com o objetivo de normalizar ou melhorar o comportamento infantil, além de proporcionar o resgate de valores culturais, o aprimoramento do senso estético e o prazer da atividade lúdica para o desenvolvimento físico, emocional e intelectual.
Segundo a educadora física Lenise Pavan Gonzaga de Andrade, diretora- geral da mostra de dança infantil A Noite É uma Criança, evento que será realizado em Florianópolis de 17 a 20 de outubro e em Joinville dias 9 e 10 de novembro, “é uma maneira prazerosa de exercitar o corpo e, na infância, uma brincadeira gostosa e divertida”.
Hoje, a dança é percebida não só como um passatempo, mas pelo seu próprio valor. É uma atividade que desenvolve estímulos, como o tátil (sentir os movimentos e seus benefícios para o corpo), visual (ver os movimentos e transformá-los em atos), auditivo (ouvir a música e dominar o seu ritmo), afetivo (emoções e sentimentos transpostos na coreografia), cognitivo (raciocínio, ritmo, coordenação) e motor (esquema corporal, coordenação motora associada ao equilíbrio e flexibilidade). Aguçar este conjunto de sensações favorece aspectos como criatividade, musicalidade, socialização e conhecimento da dança em si.
“Podemos notar na criança que dança o aumento da autoestima e da segurança, facilidade em se sociabilizar e fazer novas amizades e o desenvolvimento da confiança física e mental. Além disso, a dança melhora a postura e coordenação motora, aumenta a flexibilidade, desenvolve a resistência muscular e beneficia o sistema cardiovascular. Atua no equilíbrio do corpo, na agilidade e na rapidez de raciocínio, dando noções de espaço e lateralidade para a criança”, explica Lenise. É importante ainda para ensinar o respeito às regras, incitar o empenho para obter resultados positivos (sucessos) e a capacidade para assimilar frustrações (fracassos).
Um bom começo
Na iniciação do aprendizado, seja qual for a modalidade escolhida, é necessário que as aulas tenham caráter lúdico e bem dinâmico, para que se tornem, antes de tudo, algo prazeroso. Ao mesmo tempo, são trabalhados itens básicos e necessários para que, gradativamente, se aumente as exigências técnicas. Mas, quando começar? Por volta de um ano e meio de idade, o bebê já está pronto para ensaiar seus primeiros passos e extravasar energia. Basta ligar o som e afastar os móveis. O ideal é começar devagar, ensinando movimentos simples.
No início, ele imitará o adulto e, aos poucos, criará seu próprio estilo de dança. Para familiarizá-lo com vários gêneros musicais, é bom experimentar diferentes ritmos, como jazz, pop, rock e samba. É um momento bom para incentivar a criança a conversar e a descrever suas ações. Vale imitar animais e usar objetos para despertar a imaginação, como reproduzir o balanço do rabo de um cão ou gato. Isso irá ensiná-la a compreender como se movem os bichos.
O filósofo suíço Jean Piaget (1896-1980), um dos maiores teóricos do desenvolvimento infantil, acreditava que a realidade das crianças é vivida e interpretada por meio das sensações físicas e não do pensamento. “A dança promove a consciência do espaço, a disciplina física e o conhecimento do seu corpo. Enfim, dançar faz bem para o corpo e para a mente. Quem dança é mais feliz!”, completa a professora.
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