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A Educação Precisa de Respostas  | 05/10/2013 16h10min

Mestres que dão mais que o exemplo

Professores marcam a vida dos estudantes com lições para toda a vida

Roberta Schuler  |  roberta.schuler@diariogaucho.com.br

Nem todas as lições que aprendemos na escola estão nos livros. Professores marcam a vida dos estudantes a partir de bons exemplos. Para destacar essa função, o Diário destaca quatro personagens que atuam em projetos voltados à educação de crianças e adolescentes. Eles citam seus mestres inesquecíveis.

O BOI DA CARA PRETA será o porta-voz da nova fase da campanha A Educação Precisa de Respostas. O monstro e seu filhote vão provocar a discussão sobre a valorização do professor e o espaço da escola como centro de saber e desenvolvimento.

É preocupante que só 2% dos jovens que concluem o ensino médio queiram ser professores. A proposta é dar visibilidade ao papel estratégico do professor no cotidiano escolar e a relevância de sua atuação para a melhoria da qualidade da educação.

Encaminhamento para a vida

Quem ouve a história de Marlene Arruda Cardoso dos Santos, 44 anos, coordenadora do Movimento por uma Infância Melhor (Mim), entende como um professor e uma oportunidade podem marcar a vida de um estudante.

Por ser esforçada na infância, Marlene ganhou uma bolsa de estudos numa instituição particular em Santa Rosa (a 486km da Capital), onde nasceu. Lá, teve a Irmã Gilberta (já falecida), como professora. Do jardim à quinta série, ela foi educada pela freira:

- Era rígida. Tinha atitudes que eu não gostava. Mas hoje vejo que me ensinaram muito.

Entre as lições mais importantes estão a honestidade, a disciplina e a ajuda aos outros - valores que ela procura repassar às crianças. Marlene oferece atividades socioeducativas no turno inverso ao da escola a 82 crianças e adolescentes entre seis e 15 anos do Bairro Bom Jesus.

Educar por atitudes

Para a Irmã Pierina Lozeroni, 70 anos, diretora da Pequena Casa da Criança, na Vila Maria da Conceição, há 11 anos, o professor deve dar o exemplo, educar por atitudes, não só via livros.

- O professor tem que educar por amor. Isso não quer dizer que não seja severo - observa a religiosa.

Ela lembra de modo especial de Geni Araújo Rebechi (já falecida), que a alfabetizou, em Passo Fundo: era bondosa, acolhedora, sabia dar estímulo aos alunos com mais dificuldade:

- Me espelhava nela, gostava de ajudar meus colegas. Ela nos educava no amor e na fraternidade.

Irmã Pierina destaca ainda o professor de Sociologia Religiosa, padre Ernesto Gueth (já falecido), como uma referência:

- As aulas dele nos colocavam com os pés no chão, ensinou a olhar a realidade com os olhos da razão e do coração.

Ter paciência e amar o que se faz

Com lágrimas nos olhos, a educadora Losângela Ferreira Soares, a Tia Lolô, 48 anos, lembra com carinho da professora da terceira série, na Escola Estadual Adonis dos Santos, na Vila Martinica, em Viamão. Conta que o cabelo era branquinho, que a professora tinha um cheirinho bom, de banho tomado, e recorda até da nega-maluca que Eva Weingaertner levava para a merenda.

Além da memória, Lolô conta com uma placa de endereço de rua que tem o nome de Eva (já falecida) na Parada 44 de Viamão, para manter viva a lembrança:

- Era querida, faceira. Me ensinou que é preciso ter paciência e amar o que se faz.

A característica maternal da professora foi uma inspiração para Lolô criar a Associação Comunitária Beneficente Tia Lolô, na Vila Orieta, há quase duas décadas. Hoje, atende 80 crianças e adolescentes.

Para ensinar a ser cidadãos

Há 20 anos, Luiz Carlos Leite Bastos, 60 anos, o Tio Boneco, fundou a Associação Atlética Juventus Futebol Clube, na Lomba do Pinheiro. De lá para cá, 2,5 mil guris já passaram pela escolinha (hoje são 120 meninos de seis a 16 anos). São 280 troféus e 300 medalhas em duas décadas.

- A gente ensina para a gurizada ser cidadã. Eles têm de estar bem no colégio para jogar - conta Tio Boneco.

Foi uma sueca, diretora do Instituto Lar Esperança, no Morro Santana, que passou a ele a lição mais importante:

- Ela falava que tínhamos de aprender uma profissão. Se não desse certo no futebol, a gente seria chefe de família.

DIÁRIO GAÚCHO
educadora,dona lolo / Agencia RBS


Foto:  educadora,dona lolo  /  Agencia RBS


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