Ensino Superior | 01/10/2013 02h31min
Os vestibulandos Ana Carolina Weissbach Rodrigues, 18 anos, e Leonardo Klein Ramos, 19 anos, visitaram, a convite do caderno Vestibular, o Laboratório Central da Santa Casa de Porto Alegre. Lá, conversaram com o farmacêutico e diretor-técnico do laboratório, Carlos Voegeli, para tirar dúvidas sobre a carreira na área de Farmácia.
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— Quando eu tinha oito anos, um laboratorista me mostrou um microscópio. Para uma criança daquela idade, era algo maravilhoso. Aos 18 anos, decidi pelas análises clínicas — contou Voegeli.
Preparando-se para seu segundo vestibular, Leonardo planeja trabalhar na farmácia do pai, em Mostardas, no sul do Estado. Ele chegou a ser aprovado para a Unipampa, no ano passado, mas não quis se mudar para Uruguaiana.
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Ana Carolina também considerou as oportunidades de emprego para escolher o curso de Farmácia.
— Análises clínicas não enriquece ninguém, mas não conheço nenhum profissional sério que viva com dificuldades — justifica Voegeli.
Confira os principais trechos da conversa.
A formação profissional
Fundada em 1895, a Escola de Farmácia é uma das instituições que deram origem à UFRGS. Durante a maior parte de sua história, o curso tinha uma formação generalista, capacitando o farmacêutico a trabalhar em áreas diversas. Em um dado momento, diz Voegeli, os graduados tinham de se especializar em uma área específica.
— Hoje, o curso de Farmácia voltou a ser generalista. Para mim, isso é positivo, pois o acadêmico já sai podendo atuar em farmácias, na indústria farmacêutica, na manipulação de medicamentos e em laboratórios de análises clínicas, toxicológicas e bromatológicas.
Atuação
Além de trabalhar como responsável por uma farmácia e na manipulação de medicamentos — provavelmente as funções mais conhecidas de um farmacêutico —, o profissional formado está apto a realizar exames de análises clínicas (usados por médicos para fundamentar diagnósticos), análises toxicológicas (para detectar a presença de substâncias lícitas ou ilícitas no organismo) e análises bromatológicas (aferindo a qualidade de alimentos), além de desenvolver pesquisas e fabricar remédios na indústria farmacêutica.
Trabalho no laboratório
O Laboratório Central da Santa Casa tem cerca de 50 funcionários trabalhando diretamente com análises clínicas, em sua maioria farmacêuticos, além de biomédicos. Segundo Voegeli, cerca de 35% deles foram estagiários do laboratório durante a faculdade.
— A atividade já foi muito artesanal. Dependia da memória e das habilidades manuais. Hoje, isso não vale mais nada com a informática, que guarda todos os dados, e a robótica, que garante mais precisão aos exames — comenta o farmacêutico.
Características
— Aqui, valorizamos, nesta ordem, responsabilidade, inteligência, senso crítico, relações humanas e conhecimento — explica Voegeli.
Para o farmacêutico, o conhecimento é o quinto da lista porque pode ser transmitido. As outras características vêm na frente pois servem para qualquer área e não são adquiridas durante a faculdade, mas antes dela.
Receitar medicamentos
O Conselho Federal de Farmácia (CFF) anunciou uma resolução que permite que farmacêuticos prescrevam medicamentos de venda livre (sem receita médica), como antitérmicos, analgésicos, plantas medicinais, drogas vegetais e fitoterápicos.
— Se substituir a automedicação, acredito que melhora um pouco. Mas há um problema ético das profissões da saúde. O farmacêutico tem conhecimento sobre as substâncias e seus efeitos no organismo, mas ele não tem conhecimento do quadro clínico e do histórico do paciente. É um tema delicado — afirma Voegeli.
ZERO HORA
Leonardo e Ana Carolina conheceram o laboratório da Santa Casa, com o farmacêutico Carlos Voegeli
Foto:
Mauro Vieira
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