Bruno Moraes  |  bruno.moraes@zerohora.com.br

O caderno Vestibular reuniu os estudantes Danyel Oliveira Silva, 17 anos, e Kettelen Amaral do Nascimento, 21 anos, para um bate-papo com o administrador Rogério de Moraes Bohn. Na pauta da conversa estavam o curso e a carreira em Administração.

Danyel, aluno do 3º ano da Escola Estadual de Ensino Médio Padre Reus, é estagiário do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), e Kettelen, que já fez um curso técnico em Administração, na Alcides Maya, é assistente administrativa em empresa de engenharia.

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— Entrei no técnico sem saber bem o que era, mas gostei bastante porque envolve várias áreas. Agora, quero fazer faculdade, mas tenho dúvidas com relação à concorrência no mercado de trabalho — explicou Kettelen.

Com um pouco de experiência já adquirida, os jovens pensam em seguir se qualificando na área, cursando Administração na UFRGS.

O encontro ocorreu na sede do Conselho Regional de Administração (CRA-RS), onde Bohn preside a Câmara de Relações Internacionais.

— Tive um professor que dizia que a especialidade de um administrador é gerenciar especialidades — relatou Bohn, que também é professor da Faculdade Senac.

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Confira os principais pontos da conversa.

Curso técnico ou graduação

Cursos técnicos e graduações têm focos e finalidades distintas. No técnico em Administração, a meta está em como fazer, a finalidade é formar pessoas aptas a auxiliar nas rotinas e nos processos de uma empresa. Na faculdade, o objetivo é diferente. O acadêmico passa ao menos quatro anos estudando o porquê das coisas. A diferença também aparece na remuneração:

— A graduação discute com mais profundidade, indo na raiz dos temas. Com relação a salário, o administrador ganha, ao menos, o dobro do técnico. Mas é difícil apontar uma média salarial, pois um administrador pode ser gerente de uma loja ou mesmo presidente de um banco — explica Rogério Bohn, membro do Conselho Regional de Administração do Estado (CRA-RS).

Vantagem no futuro

Fazer a graduação em Administração depois de concluir um curso técnico na área não vai, segundo Bohn, garantir grandes vantagens ao candidato a uma vaga de emprego. Contudo, pode ajudar durante a faculdade:

— A vantagem vai aparecer durante a graduação, porque o aluno que tem uma formação anterior na área já vai ter uma ideia do que esperar. Um técnico chega mais preparado.

Idiomas

A possibilidade de lidar com negociações internacionais torna o conhecimento de línguas importantíssimo.

— Inglês já nem é um diferencial. Tive muitas oportunidades que surgiram porque eu falava outras línguas. Uma vez, eu era o único da minha equipe que sabia francês. Quem ficou com o trabalho? Eu.

Áreas diversas

O curso de Administração é generalista. O foco em um campo vem com a pós-graduação:

— Há quem pense que basta fazer a faculdade e acabou. Mas, não. Mais da metade dos formados em Administração faz pós.

No mercado

De acordo com Bohn, mais de 96% das empresas brasileiras são micro ou pequenas. Uma minoria dos administradores trabalha em empresas de grande porte. Em todas elas, espera-se que o administrador gere resultado, apresente soluções, tenha iniciativa.

Rotatividade

Largar um emprego para buscar novos desafios é cada vez mais comum. Foi-se o tempo em que passar por diversos lugares diferentes era tido como "sujar a carteira de trabalho" (em razão dos registros dos empregadores).

— Hoje, ter experiências em empresas diferentes é visto como positivo. Há administradores que são contratados para gerenciar a expansão de uma empresa em outro Estado ou país. Depois de quatro, cinco ou seis anos, quando o projeto já está decolando, ele muda de emprego, em busca de um outro desafio.

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