clicRBS
Nova busca - outros

Notícias

Educação Básica  | 19/09/2013 13h20min

Mais de um terço dos brasileiros nunca ouviu falar em educação integral

Pesquisa da Fundação Itaú Social revelou que 36,3% da população jovem e adulta não sabe explicar esse modelo educacional

Bruno Moraes*  |  bruno.moraes@zerohora.com.br

Uma pesquisa envolvendo brasileiros de todas as regiões do país apontou que um terço, ou 36,3%, da população com 16 anos ou mais nunca ouviu falar em educação integral — o que equivale a cerca de 50 milhões de pessoas.

Os números foram divulgados nesta quinta-feira, em São Paulo, pela Fundação Itaú Social. Realizado entre os dias 18 e 19 de abril, o levantamento é baseado em 2.060 entrevistas.

Segundo a especialista em Gestão Educacional e gerente da Fundação Itaú Social Patricia Mota Guedes, os números representam um desafio de melhorar a comunicação com uma parcela significativa da população a respeito da educação integral.

— Ainda é necessário ampliar o debate público sobre o tema. Por outro lado, a pesquisa também aponta que 90% dos brasileiros aprova a educação integral. Verificamos, também, que boa parte das pessoas entende a educação integral como algo além do tempo de aula, com diversificação de currículo — explica Patricia.

Melhora no nível da educação, ocupação do tempo livre, distância da criminalidade, da violência e das drogas, além de investimento para o futuro e tranquilidade para poder trabalhar enquanto os filhos estudam foram os principais benefícios apontados pelos pesquisados. De acordo com Antonio Bara Bresolin, especialista em avaliação econômica de projetos sociais e políticas públicas da Fundação Itaú Social, o efeito da educação integral vai além da qualidade. A educação integral reduz disparidades na formação de estudantes de diferentes classes sociais:

— É também uma questão de equidade. Entre as classes D e E, a população não valoriza apenas o fato de as crianças e os adolescentes não ficaram na rua. Enxergam um oportunidade de aprender melhor.

Pesquisa considerou três modelos de educação integral

A pesquisa levou em consideração os três modelos mais recorrentes para implementação de políticas de educação integral, baseados na oferta de atividades nas próprias escolas, em ONGS e em outras instituições, como igrejas, empresas, clubes e espaços públicos.

— Não há um modelo ideal. Tudo depende da realidade de cada território. Mesmo uma escola ideal, com infraestrutura para oferecer atividades bem diversificadas, teria ganhos com parcerias com outras entidades, pois há conhecimentos que estão fora da escola — avalia Patricia.

Segundo o Datafolha, responsável pela metodologia, não foram verificadas variações significativas entre as regiões.

Números

A pesquisa foi realizada com brasileiros com 16 anos ou mais, representando uma população de 148,8 milhões.

36,3% nunca ouviram falar em educação integral.

63,4% já ouviram falar em educação integral. Destes, 40% associaram o modelo ao simples aumento do tempo passado na escola. Outros 20% associaram o modelo à oferta de atividades extracurriculares.

90% classificaram a educação integral como necessária. 50% em razão da melhora no nível da educação, 30% pela ocupação do tempo livre, e outros 23% porque evita a criminalidade e as drogas.

10% disseram que a educação integral não é necessária. 4% pela falta de empenho dos alunos, 3% pela necessidade de tempo com a família e 2% pelo baixo nível do ensino público.

68% não percebem quaisquer desvantagens ao aluno na adoção da educação integral.

*O repórter viajou a convite da Fundação Itaú Social


Comente esta matéria

Mais Notícias

A Educação Precisa de Respostas  30/01/2016 16h58min
'Projeto Resgate' entrega apostilas e materiais para alunos de Joinville

grupoRBS

Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho

Prêmio RBS de Educação

Grupo RBS  Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2012 clicRBS.com.br • Todos os direitos reservados.