Evasão | 17/09/2013 07h51min
Passar em frente a uma das maiores empresas de Joinville e não almejar conquistar um emprego naquela fábrica era tarefa difícil para os jovens Gilcinei Bruder, 18 anos, e Kelvin Andrei de Oliveira, 17. Também pudera.
Os dois têm os pais ou amigos ou familiares trabalhando na Fundição Tupy. E eles conquistaram seu espaço. Tiveram apoio de uma parceria entre Senai e Sesi, o Programa Aprendizagem Industrial, ou Jovens Aprendizes. Agora eles buscam o segundo passo deste sonho: ser efetivados após um ano de experiência.
Junto da dupla que atua no setor de usinagem, outros 258 jovens trabalham pelo programa na Tupy. Ele funciona como uma espécie de estágio. No início do ano, eles passam por cursos oferecidos pelo Sesi para entrarem preparados na empresa, como relação interpessoal, ética e finanças pessoais.
Após o período, eles começam a trabalhar. Pela manhã, as aulas, em sua maior parte teóricas, são no Senai. À tarde, eles seguem para a Tupy, onde colocam a mão na massa.
Os novos trabalhadores ganham um salário mínimo estadual (R$ 875). A empresa, além de obedecer à legislação com vagas aos aprendizes, comemora o desenvolvimento de meninos e meninas entre 17 e 18 anos.
Ação que deu certo
A iniciativa tem dado certo. Das 260 vagas abertas em 2013, havia 500 jovens candidatos. O número de vagas tem aumentado desde 2011, quando a parceria entre o Sistema Fiesc e a empresa começou. Outros 20 jovens serão chamados. No ano que vem, a turma será maior. Serão 330 vagas em vários setores, como auxiliar administrativo, processos metalúrgicos e de qualidade, usinagem, mecânica de automóveis e caminhões, e caldeireiro.
Uma média de 60% dos jovens aprendizes tem sido efetivada por ano na Tupy, afirma ainda o coordenador de RH, Valsir Consenso. E mesmo que não conquistem o tão sonhado emprego na empresa, para o currículo, a experiência também é valiosa. Em Joinville, Embraco, Ciser e Schulz também fazem parte do programa.
Programa de incentivo
O Programa Aprendizagem Industrial para melhorar a formação dos trabalhadores das indústrias catarinenses, garantiu desde 2012 o registro de 400 mil matrículas de funcionários no Estado.
Lançado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) em setembro do ano passado e inédito no País, o Movimento A Indústria pela Educação conseguiu a adesão de 992 empresas. A ação é articulada com escolas do Senai, Sesi e Instituto Euvaldo Lodi (IEL).
Um levantamento organizado pela Fiesc e Confederação Nacional da Indústria mostrou que mais da metade dos trabalhadores industriais não tem a educação básica completa. A pesquisa ainda revelou que apenas 40% possuem o ensino médio concluído ou ensino superior. A realidade da indústria é um reflexo dos números do Estado, onde apenas 54,7% da população concluiu o ensino médio, de acordo com o Ministério da Educação.
Pensando no futuro, a expectativa dos jovens aprendizes Gilcinei Bruder (E) e Kelvin Andrei de Oliveira é a efetivação
Foto:
Leo Munhoz
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