Professor | 13/09/2013 22h06min
No olhar de Mônica Reichert Weyh, 24 anos, se vê o sabor da vitória, que transparece no sorriso fácil que ela devolve aos alunos. A professora de matemática de Feliz, no Vale do Caí, venceu um câncer no ano passado, mas foi o êxito na batalha contra a burocracia do Estado que trouxe de volta o que define como felicidade: estar novamente em sala de aula.
Na terça-feira, um ano se passou desde a volta de Mônica ao ofício. As equações estão mais complicadas para os 18 alunos da turma 72 da Escola Estadual Maria Saturnino Ruschel, mas o dia a dia da professora está mais leve ao fazer o que ama. Todos lembram de 2012 como um ano de superação, quando tiveram que correr com os conteúdos para recuperar os 37 dias sem aulas de matemática.
— Apesar de tudo, aquele momento ajudou a criar um vínculo maior com os alunos. Eles colaboravam mais — lembra Mônica.
A diretora da escola, Lizete Schneider Ilha, lembra que a saída temporária de Mônica chocou a instituição, que já sofria com a falta de professores. No entanto, o passado ficou para trás, e o desempenho de Mônica só melhorou.
– A relação dela com os alunos é ótima, é uma pessoa carismática, responsável, e todos se apegaram a ela – diz.
Mônica concorda. Se o câncer não foi barreira, vencer a burocracia foi fácil. E quem ganhou foi o próprio ensino público da cidade.
— Era um absurdo, chegaram a dizer que eu deveria ter marcado no questionário que não tinha tido um câncer. Fui vítima de preconceito — lembra.
O líder da turma, Josias Kohler, 13 anos, era um dos que sentiram indignação e preocupação à época.
— É uma honra tê-la com a gente. Foi muito legal o que ela fez, lutar contra a doença e se defender do Estado — conta.
Em vídeo, conheça melhor a história de Mônica:
ENTENDA O CASO
2011
Do câncer à sala de aula
- Maio – Mônica descobre que tem linfoma, um tipo de câncer.
2012
- Março – Depois de curada, se inscreve para dar aulas na rede estadual.
- Maio – Começa a lecionar em Feliz.
- Julho – Mônica faz a perícia.
- 3 de agosto – O médico do Estado a considera inapta e ela para de trabalhar.
- 13 de agosto – A professora recorre e pede um relatório explicando a decisão.
- 20 de agosto – Um novo laudo é redigido, reconsiderando a posição inicial e declarando-a apta para o trabalho.
- 10 de setembro – Ela volta a dar aula.
ZERO HORA
Turma que hoje cursa o sétimo ano do Ensino Fundamental acompanha as aulas de Mônica Weyh desde o ano passado
Foto:
Adriana Franciosi
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Agencia RBS
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