A Educação Precisa de Respostas | 02/09/2013 18h34min
A crescente rede de informações torna difícil restringir o conhecimento dos filhos sobre determinados assuntos. E falar sobre alguns temas, como sexo, por exemplo, tende a ser trabalhoso. Muitos pais se precipitam e expõem os pequenos apressadamente ao tema. Outros, depositam de modo excessivo sua confiança na escola e nos meios tecnólogos e acabam por ignorar seu papel e responsabilidade nessa questão. “A responsabilidade principal é da família, a escola apenas auxilia na educação sexual”, opina a pedagoga Elizabete Duarte.
No início os pequenos são guiados pela curiosidade. E ingressam em uma fase de conhecimento do próprio corpo. A atenção nesse momento deve ser redobrada. “Tem sempre uma possibilidade de buscar livros que ajudem – é uma forma mais leve de iniciar a conversa”, aconselha Quézia Bombonatto, presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia, ABPp. “Talvez na hora de um banho comentar uma coisa ou outra. Mas nunca chamar para o assunto, somente despertar a curiosidade da criança, sempre de uma forma muito leve”.
A conversa tem de ser breve, além de relacionar sempre à maturidade de cada criança, ou seja, seu grau de compreensão. A criança tem de se sentir a vontade para perguntar; os pais não devem lhes encher com conteúdos dos quais ela não apresentou interesse ainda.
“A criança deve ser orientada à medida que vai questionando”, ensina Quézia Bombonatto. “A educação não pede uma idade, é um processo, e como processo deve ser seguida: às vezes um comentário, uma brincadeira...”.
A escola é ambiente propício para o debate. Os questionamentos dos pequenos serão propagados nas salas de aula. As dúvidas surgirão, então, e o professor se tornará o ponto de referencia. “Ela tem que participar, os alunos levam perguntas a todo momento”, explica a psicóloga Maria Rocha. “A professora não pode mostrar espanto, tem que explicar o que elas perguntam de maneira adequada e com tranquilidade”.
O trabalho deve ser conjunto. Mas a casa ainda é melhor local para trabalhar o tema. De acordo com Quezia Bombonatto, “na escola, os filhos praticam o que lhes foi ensinado pelos pais. E sem a instrução deles, os filhos acabam por protagonizar situações indesejáveis”. Segundo Quézia, “devemos explicar a diferença do que pode ser feito em casa e o que pode ser feito em publico - e isso não envolve só sexo. No colégio é preciso oferecer espaço para que essas questões sejam abordadas, mas vamos supor que lá aconteça algo inadequado - neste caso, é indispensável que os pais também tratem do assunto com os filhos”.
Inseguros e carentes de informações, alguns pais acabam por violar a privacidade dos filhos. “Acontece de muitos se surpreenderem, acharem que está acontecendo uma coisa quando na verdade está acontecendo outra”, diz Quézia. “É preciso saber que todos têm curiosidade, mas em diferentes graus. Os pais têm que construir essa ponte de acesso: fazer perguntas por que na adolescência eles podem omitir. Mas lógico que a criança tem seu espaço, ela gosta de privacidade, então nem sempre conversará sobre tudo”.
A educação sexual é fundamental. E é preciso dedicação para introduzi-la adequadamente no universo infantil. Os jovens ambicionam informações e cabe aos pais, antes de qualquer outro, lhes fornecer. A maior lição do tema é certa: “É importante que eles exponham que a sexualidade está ligada ao afeto, não é um prazer descartável”, finaliza Quezia Bombonatto.
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