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Greve  | 23/08/2013 17h32min

Professores estaduais decidem entrar em greve por tempo indeterminado

Dos 42 núcleos regionais Cpers/Sindicato, a maioria foi favorável à paralisação das atividades

Após mais de duas horas de assembleia, professores estaduais ligados ao Cpers/Sindicato aprovaram, na tarde desta sexta-feira, a greve da categoria por tempo indeterminado. A paralisação começou logo após a decisão.

A forte chuva que caía no início da tarde de sexta-feira e o frio não impediram que os mais 2 mil professores, vindos de diferentes cidades do Estado, lotassem o Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre, para decidir sobre uma possível greve que vem sendo discutida há meses pela categoria.

Já na entrada do auditório, os profissionais da educação — representando os 42 núcleos do Cpers/Sindicato — eram recebidos com cânticos e frases de ordem contra o governo estadual.

— Se o piso não pagar, o Rio Grande vai parar — cantava uma banda de estudantes.

Junto a eles, um grupo de estudantes favoráveis às reivindicações carregava cartazes pedindo o passe livre nos ônibus. Eles tiveram acesso liberado à assembleia, e acompanharam a votação.

Programado para iniciar às 13h30min, o encontro começou com atraso de meia hora. No discurso de abertura, a presidente do Cpers/Sindicato, Rejane de Oliveira, declarou:

— Defendemos a greve. Precisamos de dignidade para trabalhar. Tarso tem de responder nossas reivindicações

Durante mais de uma hora, representantes dos núcleos expuseram suas mazelas e pedidos no palco. Logo após, as propostas do sindicato foram lidas, e a votação teve início. A assembleia encerrou por volta das 17h30min, com a maioria dos votos favoráveis à greve que, conforme Rejane de Oliveira, começou a partir da decisão e será por tempo indeterminado.

— Agora está na mão do governo, e nós estamos no aguardo. Eles devem apresentar uma proposta para a categoria — disse.

Ainda segundo a presidente do sindicato, no sábado pela manhã deve ocorrer uma reunião do comando-geral de greve que irá organizar o calendário de mobilizações. Esta é a primeira greve geral do Cpers/Sindicato desde o final de 2011, quando a categoria realizou uma paralisação contra a reforma do Ensino Médio.

Atualmente, entre professores e servidores, são cerca de 99 mil profissionais nos 2.564 estabelecimentos de ensino do Estado. Considerando somente professores ativos e aposentados, o número chega a 160 mil.

Para secretário, "greve foi uma surpresa"

Em entrevista coletiva após a decisão dos professores, o secretário da Educação, Jose Clovis de Azevedo, disse que no momento o governo investe alto na educação e está surpreso com a decisão pela paralisação.

— Investimos R$ 300 milhões na reforma de 1,8 mil escolas e, além disso, prevíamos 76% de reposição para o salário dos professores. Ficamos surpreendidos com a atitude do Cpers e o rompimento da negociação com o governo. Propusemos, inclusive, uma mesa de negociações que reuniria diversos secretários para discutirmos as reivindicações. Quanto aos professores, acho que eles terão de raciocinar que tudo irá dificultar o processo de promoções, já que só terão desvantagens e prejuízos. Quem parar, fica fora — avisou.

Azevedo sugere aos pais dos alunos que levem seus filhos à escola na segunda-feira e pressionem as direções para que as aulas não sejam interrompidas.

A secretária-adjunta da SEC, Maria Eulália Nascimento, afirma que as tratativas foram conduzidas desde o primeiro dia com transparência, e o poder público não se furtou a nenhuma questão.

— A votação da assembleia ficou em 60% a favor da greve, o que demonstra uma opinião dividida da categoria. A paralisação tem chance quase zero de conseguir avanço — afirma.

De acordo com Maria Eulália, há pontos reivindicados que extrapolam o poder da SEC, como vale-refeição e vale-alimentação. Sobre o pedido de licença maternidade de seis meses para as servidoras contratadas, ela informa que tanto a Secretaria de Política para as Mulheres quanto a de Educação já encaminharam consulta à Procuradoria-Geral do Estado (PGE).

— A PGE já está com manifestação pronta e irá orientar o governo a estender a licença às servidoras — garante.

A secretária também falou sobre o corte de ponto.

— O ponto registra a verdade. Quem não trabalha, não recebe.

ZERO HORA
Andréa Graiz / Agencia RBS

Mesmo com chuva, professores estaduais chegam ao Auditório Araújo Viana para a assembleia
Foto:  Andréa Graiz  /  Agencia RBS


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