Ensino Superior | 20/08/2013 15h03min
Ainda aluno da 5ª série do Colégio Militar de Porto Alegre, o estudante Daniel Bossle foi convidado por um professor para competir em uma olimpíada de matemática. Sem saber bem o que dizer, perguntou: "Quando é?". "Amanhã", respondeu o mestre. Mesmo em cima da hora, o jovem aceitou o convite.
Anos depois, terminado o Ensino Médio, Daniel acumulava três medalhas na Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM) e outras quatro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). As premiações resultaram em um convite para participar da 20ª Competição Internacional de Matemática para Estudantes Universitários (IMC, na sigla em inglês), em Blagoevgrad, na Bulgária, onde ele conquistou uma medalha de prata em sua primeira premiação de nível universitário.
— Não ganhei nada naquela olimpíada de 2005. Mas percebi que precisaria me preparar mais se quisesse competir em outras — revela o estudante, hoje com 18 anos.
Neste ano, 16 brasileiros foram à 20ª edição do evento
Aluno do quarto semestre do curso de Ciências da Computação da UFRGS, Daniel é bolsista do Programa de Iniciação Científica e Mestrado (Picme), no qual recebe orientação do professor do Instituto de Matemática Artur Oscar Lopes.
— Estou fazendo cadeiras na Matemática, mas ainda não sei em que tipo de pesquisa vou me engajar. De qualquer modo, são disciplinas que vão me ajudar bastante no campo da computação.
A IMC teve a participação de outros 16 estudantes brasileiros, representando o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), o Instituto Militar de Engenharia (IME), a Universidade de Campinas (Unicamp), a Universidade de São Paulo (USP) e as universidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Minas Gerais (UFMG).
Como foi a prova
Daniel fez duas provas na Bulgária. Nos dois dias, os estudantes tiveram cinco horas para responder a cinco questões. Cada uma valia 10 pontos, concedidos conforme as etapas de raciocínio matemático desenvolvidas.
— Neste ano, a prova foi mais difícil do que o normal. Era comum que ao menos uma das questões fosse de nível mais simples, o que não ocorreu desta vez — avalia Daniel.
A IMC é organizada pela University College of London e, neste ano, reuniu 321 estudantes de 72 instituições, como Cambridge, École Polytechnique, Instituto Max Planck, Instituto Technion, MIT, Oxford, Universidade Complutense de Madri e Universidade de Moscou. O Brasil participa da competição desde 2003 — único ano em que o Rio Grande do Sul havia enviado representante —, conquistando, desde então, um total de 113 medalhas. Nesta edição, foram 14 medalhas conquistadas pelos brasileiros, incluindo uma de ouro, do estudante Henrique Fiuza do Nascimento, do ITA.
ZERO HORA
Daniel fez provas durante dois dias, em que teve cinco horas para resolver cinco questões
Foto:
Mauro Vieira
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